A síndrome do sucesso

Marcos Tavares

Conheço, apenas de rápidos cumprimentos, o empresário Roberto Santiago, que não foi da minha geração nem do meu círculo, mas fico espantado por ser ele o escolhido como alvo de todos os problemas políticos e partidários da Paraíba. Mesmo sem mandato, cai por cima de Santiago toda a mesquinharia política do Estado, como se seu sucesso incomodasse muita gente e ser rico fosse uma mácula a ser punida. Caiu sobre Santiago o problema da troca do edifício da Acadepol pelo Shopping, situação que rendeu meses de manchetes.

Agora, Santiago volta aos noticiários por conta de uma questão intestina da política municipal. O PT quer se desvencilhar de Agra – um fantasma na eleição de Cartaxo e um grande responsável pela sua ascensão a gestor da cidade. Nesse mundo mesquinho de intrigas petistas e ofensas comuns dentro da legenda que vive se digladiando sobra outra vez para Santiago, com uma acusação de ter feito uma negociação escusa com a Prefeitura para ampliar seu shopping, shopping esse eternamente acusado de agressões a uma natureza que não me lembro existir na área.

Vamos considerar a pior das hipóteses, a de que tenha havido erro na liberação ambiental do projeto. O que Roberto tem com isso? Quem aprovou foram os órgãos responsáveis e, se o fizeram sem o devido cuidado, a culpa não é do empresário que quer apenas crescer. Aliás, aí reside todo o problema. Santiago é bem sucedido e seus negócios prosperam e isso é inaceitável para uma boa parte da Paraíba que vive do “quanto pior melhor” e não admite que exista vida inteligente fora do poder público.
Mania
Os gabinetes com ar condicionado retiram das pessoas a visão real das ruas. Por isso – creio eu – a secretária Livânia Farias afirmou, em entrevista, que o funcionalismo público tem “mania de reclamar” quando, segundo ela, deveria bater palmas.
Minha prezada secretária, fica difícil bater palmas com três por cento de aumento e as mãos calejadas de trabalho. Para quem trabalha dois expedientes, vive de sanduíche e pega quatro lotações diariamente, a vida não é feita de aplausos.
Olhe pela janela do seu gabinete. Por incrível que pareça, o mundo está lá fora…


Campanha
Cheguei à apressada conclusão de que o ex-prefeito Veneziano Vital não lê jornais, não escuta rádio, nem assiste televisão. Só isso pode justificar sua insistência em se dizer candidato a governador depois de um desastroso final de administração.
Vené deixou funcionários e fornecedores atrasados, passou cheques sem fundo e pintou o sete.
E ainda pensa em governar a Paraíba.
Repouso

Grande mês o de fevereiro. Além de ser incompleto, só com 28 dias, ainda tem de quebra uma semana de Carnaval.
Melhor do que isso só dois issos.
Firme
Wilson Santiago continua firme na sua ideia de não embarcar nesse projeto do PMDB que praticamente o exclui.
Dono de voz e votos – além de verbo e verba – ele vai bagunçar o coreto se não for ouvido.

Cardápio
A diligente secretária das Finanças, Aracilba Rocha, afirma que os funcionários da Granja Santana só comem tapioca.
Talvez por isso aquele semblante pálido de alguns.

Junção
Por que entidades que congregam policiais se revoltam com a ideia de separar polícia de apenados nos presídios?
Pela sua própria função policial não é pra confraternizar com preso. A não ser…

Dureza
Nesse país das benesses do poder, ainda há quem brigue para ser oposição. Os vereadores Lucas Brito e Renato Martins se engalfinham para ver quem comanda a oposição na Câmara. Vai ser oposição assim lá longe!

Tristeza
Lula ficou tristonho quando os Sem Terra invadiram o seu Instituto.
Ele, que sempre financiou essa baderna, sentiu na carne o feitiço virando contra o feiticeiro.
Frases…

Grandeza – Deus é do tamanho de sua fé.
Viagem – Se sua vaidade não cabe numa mala, você não vai longe.
Canina – Cães e mulheres às vezes mordem quem os acaricia.