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A DOMINAÇÃO POLÍTICA DOS EVANGÉLICOS - Por Rui Leitão

No jogo eleitoral, a relação entre política e religião, os evangélicos fundamentalistas, têm o propósito de aumentar s representatividade na força política nacional.

Antes de qualquer coisa preciso dizer que não tenho nada contra os evangélicos. Pelo contrário. Dos meus cinco filhos, quatro professam igrejas evangélicas. Eu próprio frequento, sempre que posso, a Presbiteriana de Tambaú, onde o pastor, Robinson Granjeiro, não faz do púlpito um palanque político-partidário. Ele é um sábio. E gosto de ouvir suas pregações.

O inaceitável é fazer da religião um instrumento de conquista do poder. O nome de Deus sendo utilizado como propaganda política. Inadmissível esse projeto de dominação política de algumas igrejas evangélicas. Na verdade, elas contrariam os preceitos integrados no Evangelho de Jesus Cristo. A Bíblia pode ser lida em palácios, porque na Palavra não existe distinção entre ricos e pobres, poderosos e subordinados. A Igreja de Deus é igualitária.

O engajamento político de líderes religiosos das igrejas neo-pentecostais faz parte de uma mobilização coordenada com interesses que nada têm a ver com a pregação cristã. A coesão ideológica facilitando a articulação política. Atuando de forma mais presente no espaço político, essas lideranças fazem valer seus interesses patrimoniais, financeiros, burocráticos e corporativos, a serviço de projetos políticos de conquista do poder.

O comportamento eleitoral dos evangélicos neopentecostais se estabelece a partir da obediência cega aos seus líderes, sem a preocupação em questionar as informações recebidas. A autoridade religiosa assumindo seu papel de persuasão. O discurso religioso sacralizando o aspecto político.

No jogo eleitoral, a relação entre política e religião, os evangélicos fundamentalistas, têm o propósito de aumentar s representatividade na força política nacional. A polarização social e política da atual conjuntura nacional, construindo uma simbiose entre religião e política. A direita cristã se posicionando como denominador teológico. A identidade político-religiosa definindo a efetiva a incursão na política partidária. Os fiéis evangélicos neo-penteconstais apelando para o conservadorismo evangélico, em favor de interesses políticos. Uma visão teológica que não condiz com a realidade atual.

Fonte: Rui Leitão
Créditos: Rui Leitão