Não Subestimem as oposições “cantando” vitória antes do tempo – Por Gildo Araujo
OPINIÃO EXCLUSIVA DO JORNALISTA GILDO ARAÚJO
A política paraibana está a cada dia mais sui generis, e tudo parece ser diferente de outros lugares. O que estamos presenciando hoje na política de nosso Estado é algo bastante inusitado pois já vemos alguns membros do governo “cantando” vitória antes do tempo. Fato um tanto preocupante, pois sabemos que toda eleição tem seu acirramento natural, exceto aquela disputada entre José Maranhão e Gilvan Freire em 1998.
Certamente, com base no que tratam as pesquisas, o quadro atual dá conforto ao governador João Azevedo, porém, isso não significa fazer o “ôba, ôba” de que o pleito já está resolvido, pois muita água ainda irá passar “por debaixo da ponte”.
A política muitas vezes é traiçoeira e precisa-se trabalhar com esmero até o resultado final das eleições. Quem não lembra da candidatura de Efraim Morais em 2002 quando saiu candidato ao Senado Federal, em que muita gente pensava que ele apenas iria ser um candidato figurativo, mas ao final derrotou fragorosamente o maior governador da época, Wilson Leite Braga. Mais recentemente, também teve a vitória de Daniela Ribeiro que passou de um quarto lugar nas pesquisas para uma senadora eleita, derrotando o ex-senador Cássio Cunha Lima.
É verdade que João Azevedo está fazendo um bom governo, mesmo assim, esse fato não lhe exime de ter uma oposição fortíssima, a começar de seu criador Ricardo Vieira Coutinho junto com o Partido dos Trabalhadores, que além de não votar em João Azevedo, contará com o apoio do ex-presidente Lula.
O grupo situacionista ainda terá contra si a sua atual vice-governadora Lígia Feliciano, esposa do deputado federal Damião Feliciano, que possivelmente será candidata pelo PDT, podendo se aliar ao ex-governador Ricardo Coutinho. Vejam que citamos apenas dois nomes de lideranças que ainda fazem parte da base do governo e dos que já abandonaram. Mas poderíamos falar também no ex-prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV), que há muito tempo já vem “batendo” de forma veemente na gestão do atual governo, aliás, tudo indica que o ex-prefeito da capital está caminhando para fazer uma aliança entre o seu partido (PV) com o Partido dos Trabalhadores ou até mesmo como o MDB do senador Veneziano Vital.
Além de tudo que já relatamos, a atual administração ainda terá que enfrentar os tradicionais oposicionistas comandados pelo ex-governador e ex-senador Cássio Cunha Lima, que por meio de seu silêncio estratégico, vem preparando o jovem deputado federal Pedro Cunha Lima para a disputa do governo do estado e que, mesmo sem o lançamento de sua candidatura, já surge em segundo lugar nas pesquisas divulgadas recentemente na Paraíba, o que pode significar uma tendência de crescimento nos próximos meses.
E mais, o Chefe do Executivo paraibano ainda terá que enfrentar as críticas do grupo do presidente da República na Paraíba, o qual na última eleição de governador venceu em João Pessoa e Campina Grande, que são as duas principais cidades do Estado.
Outro fator preponderante que o governador João Azevedo terá que levar em conta e que também poderá ser um divisor de água na construção de sua reeleição é a escolha de seu candidato ao senado federal, porque está ficando cada vez mais claro que se optar por Efraim, a chapa perderá Aguinaldo Ribeiro e consequentemente poderá perder Cícero Lucena e Romero Rodrigues que vem sendo articulado por Aguinaldo Ribeiro para compor a chapa do governador.
Por sua vez, se ficar com Aguinaldo Ribeiro para compor sua chapa, não terá mais o grupo de Efraim Filho que poderá sair como candidato em uma possível composição com Veneziano Vital em sendo candidato ao governo.
No geral, vemos que o governador João Azevedo continua sendo o favorito no pleito, porém está ficando muito claro que o objetivo das oposições é lançar vários nomes na tentativa de provocar um eventual segundo turno, e aí se unirem em torno de quem for para a disputa e tentar derrubar o atual governador, já que João Azevedo é dado como certo no segundo turno, caso não vença ainda no primeiro.
Se a eleição de 2022 para o governo do estado da Paraíba for para o segundo turno, a história muda completamente, sobretudo se a eleição nacional também se encaminhar para o segundo turno. Neste momento, não existe vencedor nem vencido, mas a soberba pode ser um sinal de derrota no futuro. O mais importante é trabalhar pelo desenvolvimento do Estado, e que o povo vote no melhor. A eleição de 2022 promete mexer com a adrenalina dos paraibanos. Quem viver, verá.
Fonte: jornalista gildo araujo
Créditos: jornalista gildo araujo