Marcos Tavares

Não poderia haver hora menos indicada para que o programa Fantástico trouxesse para o Brasil a realidade sobre a transposição das águas do São Francisco. Obras paralisadas, acusações de superfaturamento, túneis desabados, projetos mal feitos e mal executados. Tudo isso mostra o total desprezo que a obra tem por parte da presidente Dilma. As águas do Velho Chico têm a cara de Lula, e Dilma não está absolutamente interessada em acender velas para outros santos, nem mesmo para o que fez o milagre de elegê-la sem votos, sem passado partidário e sem carisma.

Mas o caso não é o palanque. O problema é que a seca resolveu aparecer esse ano com sua cara feia, o que fez reforçar a necessidade de que medidas urgentes e contínuas sejam tomadas para salvar o Nordeste dessa calamidade sazonal e histórica. Chega de emergências, medidas paliativas, caminhões-pipas coisas que não resolvem no cerne a convivência do nordestino com a estiagem. O pontapé inicial para isso seria a transposição do São Francisco, mas ela anda a passos de cágados.

Historicamente toda obra no Brasil ultrapassa os custos iniciais. Ou falha quem calculou ou nossas empreiteiras gostam do abundante leite público. O certo é que o orçamento da transposição das águas já duplicou de FHC para cá e as obras ainda não conseguiram levar um litro d’água ao semiárido. A visita de Dilma chega em má hora com as imagens do Fantástico ainda vivas na retina dos paraibanos que não devem esquecer o quadro de fome, miséria e seca com que nos brindou a televisão.

Fora

Hervázio Bezerra afirma que o senador Cícero Lucena vai acabar na coligação que apoia a reeleição de Ricardo Coutinho. Isso está longe de ser verdade.

Por injunções partidárias, Cícero pode até ver outra vez o PSDB ao lado do governador, mas ele pessoalmente tem em Coutinho um inimigo figadal a quem nunca apoiou.

Basta lembrar que no último pleito para governador, Cícero contrariou a decisão do partido e desfilou em carrão aberto com Maranhão só para obstacular a vida de Coutinho.


Correndo

Wilson Santiago perdeu a batalha contra Cássio Cunha Lima, mas não parece disposto a ser rifado pelo PMDB na próxima eleição.
Ele deu um grito de alerta e de rebeldia e investe contra o nome de Veneziano Vital como já ungido para disputar o governo.

Wilson quer ser ouvido dentro de sua agremiação e, mais que isso, namora abertamente a vaga de senador, pois quer retornar a Brasília e gozar as delícias do nosso parlamento maior.
Fábula

Tudo dava certo para a ingênua Polyana do best-seller romântico. Tudo dá errado para a prefeita Polyana de Pombal.

Ela ganhou, mas não leva, foi empossada, mas não governa. Uma fábula de final triste.
Adesões
A continuar nesse diapasão, qualquer dia desses vai ter jantar de apoio a Fernandinho Beira-Mar.

Com direito a uma grana extra para pagar os advogados.

Peregrina
Alguém está muito interessado na divulgação dos gastos da Granja Sant’Ana.

A matéria corre jornais da Europa, França e Bahia.

Contagem
Cartaxo computa vinte e três vereadores como seus aliados numa Câmara de vinte e sete.

É bom que ele lembre que a mão que afaga é a mesma que apedreja. E pede…

Grana
A Cagepa não parece mais tão apressada para conseguir o empréstimo que, segundo os seus diretores, evitaria a falência da empresa.

O assunto saiu de pauta e da baila.

Desaparecido
Depois de “bombar” na imprensa por meses, o ex-prefeito Luciano Agra desaparece das manchetes.

Ele submergiu completamente.


Frases…

Saideira – A única porta de saída para o casamento ainda é a morte.

Salgado – Fica difícil de acreditar, mas bacalhau já foi comida de pobre.

Sessentões – Os maiores de sessenta têm prioridade nas filas. Da morte, inclusive.