Bruno Filho
Tenho grande admiração por Guga, o maior tenista brasileiro de todos os tempos. Deu para perceber que este comentário que encerra a série vai versar sobre o esporte das quadras de saibro, grama ou cimento, elegante e popular ao mesmo tempo, mas sempre carregado de “glamour”.
Fui amigo de vários tenistas inclusive do hoje comentarista Dacio Campos do Sportv, frequentavamos o mesmo clube especializado neste esporte aonde foram revelados os melhores tenistas da cidade de São Paulo. Cassio Mota foi um deles e chegou a ser o primeiro no ranking mundial de duplas.
Não vi nada parecido com Agassi, Jimmy Connors, Sampras e tantos outros como os atuais Federer e Nadal além de Djorkovic, mas vi “extra-terrestres” como John McEnroe e Bjorn Borg. Estes dois tenistas acima da média, com estilos e personalidades bem diferentes.
O americano movido a emoção e paixão, cansou de quebrar raquetes, mesas, cadeiras e outros apetrechos devido ao seu temperamento explosivo e o outro uma “pedra de gelo”, capaz de perceber o mundo acabando ao seu lado e não mover um músculo, mesmo nas situações mais estressantes.
Encontraram-se inúmeras vezes, contudo uma delas marcou muito. O ano 1980. Final do mais tradicional torneio de tenis do mundo o emblemático Wimbledon, sua grama sagrada, e uma final disputada sob o quente verão londrino num domingo 6 de julho.
Resultado: 3 x 2 para o sueco num jogo que durou mais de 6 horas e deixou ambos estafados. Foram tantas jogadas espetaculares que é impossível lembrar apenas de uma. Nunca mais me esqueço da narração do falecido Rui Viotti, o grande jornalista esportivo da modalidade que infelizmente já nos deixou.
Para quem gosta de tenis, foi uma aula que nunca mais eu vi na minha vida. Ali eu percebi como é difícil ser tenista profissional, o preparo físico que é necessário para se aguentar horas e horas de games e consequentes partidas. Lembrando que os jogadores atuam todos os dias em torneios semanais e quinzenais, e não há descanso.
Com relação a premiação financeira, se formos analisar o que ambos ganharam naquelas decadas de ouro somando-se as importâncias, não chegaremos a metade do que já ganharam Nadal e muito menos Roger Federer. Hoje o lado financeiro cresceu e a qualidade diminuiu.
Assim, completo minha sequencia de comentários, agradecendo a Deus por ter me permitido nascer no ano em que nasci e conhecer o que conheci. Nada se compara a minha geração no que tange à qualidade esportiva. Vou lembrar sobre as seis modalidade as quais me atrevi a escrever.
Boxe: Cassius Clay…Futebol: o Santos de Pelé…Basquetebol: o jogo entre Corinthians e Real Madrid… Natação: o americano Mark Spitz… Voleibol: os cubanos Joel Despaigne e Mireya Luiz. Fecho com o tenis e assim exemplifico apenas um pouquinho do que foi a minha geração. Anos-luz á frente, com todo o respeito.
Desculpe, não escrevi sobre alguns outros esportes importantes, que também acompanhei, como o Futebol De Salão, o Atletismo carregado de nomes histórico, o Handebol, o Volei de Praia, o Surf, enfim de muitos. E para aqueles que estarão me questionando respondo. Formula 1 para mim não é esporte. Opinião pessoal apenas. Senna foi sensacional.
Bruno Filho, jornalista e radialista, quem viu, viu…quem não viu, paciência.
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Twitter: BrunoFComenta