O ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, que possui intenção de ser alternativa de terceira via na disputa presidencial, fez seu primeiro gesto na direção de partidos do chamado Centrão. Moro declarou que não se pode generalizar e que há “pessoas boas” no Centrão. Na semana passada, Moro se filiou ao Podemos e, nessa quarta-feira, (17), anunciou que o ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore é parte de seu grupo de conselheiros .
“Existe uma linha de princípio que há ética na política. Existem partidos e pessoas no Centrão que são pessoas boas. Não pode fazer essa generalização. Dentro de cada partido tem bons, que podem somar com projeto e diálogo republicano”, disse o pré-candidato.
Conhecido por seu discurso anticorrupção, Moro, ex-juiz da Operação Lava-Jato, que prendeu políticos e dirigentes de empreiteiras, não descarta alianças com a maioria dos partidos. Ele afirmou apenas que não negocia com Lula e Bolsonaro.
“Houve uma perspectiva de mudança e as pessoas se frustraram porque as expectativas não se confirmaram. Muita gente sente aquele espírito de desolação, de que está tudo perdido. Se o cidadão vai no supermercado e só tem dois produtos na prateleira, os dois produtos podem ser ruínas, mas ele vai ter que escolher um deles. Precisamos apresentar outros produtos, projetos que tenham credibilidade”, disse o ex-juiz.
O ex-ministro de Bolsonaro contou que está conversando com os governadores João Doria (PSDB) e Eduardo Leite (PSDB), o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) e a senadora Simone Tebet (MDB).
“O foco agora é a construção de um programa de governo, não tem como construir a chapa sem antes do projeto”, disse sobre definir o perfil da chapa presidencial que pode liderar.
Moro também tem apostado em assuntos como informação, pobreza e o papel do Estado em um país extremamente desigual. O ex-juiz definiu a maioria das suas possibilidades de promoção como o “capitalismo cristão”, mas esclareceu que ainda é um trabalho em andamento. Entretanto, Moro afirmou que acredita no livre mercado, disse que a informação é um problema que precisa ser controlado com maior “credibilidade fiscal” e que empresas estatais ineficientes configuradas para serem privatizadas.
Sobre a Petrobras, o ex-ministro disse que precisa estudar melhor aa situação da empresa.
“A Petrobras tem acionistas privados, uma intervenção que vai gerar prejuízos aos interesses dos acionistas certamente vai levar a indenizações bilionárias. É preciso ter um estudo para analisar se cabe privatizá-la. Se sim, como seria esse modelo. Não são respostas absolutas.”
Apesar das críticas que sofre, Moro garantiu que está pronto para o mundo político e afirmado não ser nenhum “novato” na área.
“Eu não sou um novato. Tenho uma carreira que me precede em casos muito difíceis. Fui juiz da Lava-Jato, uma maior operação de investigação contra a corrupção da história do Brasil. Se isso não me dá credibilidade e couro grosso, não imagino o que me daria”, finalizou.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: O Globo