A REPÚBLICA DE CURITIBA VAI ÁS URNAS - Por Rui Leitão

A força tarefa da operação Lava Jato, que ficou conhecida como a “república de Curitiba”, vai tentar se reafirmar, agora em outro campo de atuação. Dois dos seus principais integrantes decidiram ir às urnas no próximo ano. É o passo conclusivo no projeto de poder que engendraram, enquanto estavam no comando da midiática operação. Enfim, entram na arena política, tentando tirar proveito da demagogia pseudo justiceira, com que ganharam, por algum tempo, grande popularidade.

A farsa judicial que promoveram já foi desmoralizada no campo jurídico. Agora, resolveram se submeter ao julgamento implacável da democracia, as eleições, mesmo sabendo que estão com suas reputações minguadas. Mas é uma tentativa derradeira de se blindarem dos processos que ambos enfrentam na justiça, por conta das ilegalidades cometidas, em prejuízo do estado democrático de direito.

Apoiados pelo baronato da grande mídia brasileira, constituiram um verdadeiro estado paralelo, instrumentalizando o Poder Judiciário, buscando se transformar numa jurisdição nacional. Ficou comprovada a existência de uma associação estruturalmente formada e coordenada por agentes públicos, para manipulação fraudulenta do sistema da justiça, objetivando a implementação de um projeto ideológico e político de poder.

A Lava Jato, portanto, se assume como partido político, como sempre foi. Duvido muito que o ex-juiz tenha a coragem de disputar a eleição presidencial. Vai optar por planos mais modestos, onde encontre menos dificuldades de obter sucesso. Candidatar-se a presidente da república é uma aposta de alto risco que não pode se submeter. Além da possibilidade, para ele muito ruim, de enfrentar Lula num debate. Sabe que não teria competência para enfrentá-lo e seria desmoralizado publicamente.