Privilégio: Eu Vi o Maior de Todos ( Parte V )

Bruno Filho

Neste comentário vou falar de Voleibol. Muitos podem imaginar que eu vá me referir aos brasileiros, pois realmente estão à frente das demais seleções do mundo, com inumeros grandes jogadores e o melhor treinador em atividade, porém não foi sempre assim, caminhamos muito para chegar até aqui e nem sempre fomos felizes em nossas campanhas.

Retorno à decada de 80 e início de 90 para me lembrar de dois cubanos um homem e uma mulher que foram bem acima da média e assombraram as quadras pelo mundo e eu aprendi a admirar. O homem Joel Despaigne não muito alto, 1,91, porém quando saltava para atacar chegava a 4,03 de altura, um número excepcional para a época.

Chegou a ser eleito o melhor do mundo e ganhava jogos pela sua seleção muitas vezes sozinho. Só não foi maior no cenário mundial porque todos sabem como funciona o sistema de governo da Ilha de Fidel. Então Joel acabou ficando com minimas condições de desenvolvimento apesar de ter jogado no exterior. Tecnicamente foi perfeito para a sua época.

Da parte feminina refiro-me a outra excepcional figura das quadras, a cubana Mireya Luiz, campeã do mundo, campeã olimpica com apenas 1,76, altura que hoje também é considerada pequena para as grandes jogadoras. Temos russas com mais de 2 metros e até as atacantes brasileiras são bem mais altas que esta ex-atleta.

Protagonizou grandes duelos contra as brasileiras e se envolveu em brigas inesquecíveis principalmente com Ana Mozer e Marcia Fú, e sempre com seu jeito irônico desafiava as adversárias, fazendo os pontos e dando muitas gargalhadas que tiravam as brasileiras do sério. Espetáculos inesquecíveis que assisti e que dificilmente verei de novo na minha vida.

Lembrei-me do casal de cubanos porque sou admirador do que é bom. Tecnicamente para mim foram insuperáveis e dentro das possibilidades hoje ainda jogariam e com certeza deixariam os bloqueios atordoados. Se formarmos uma seleção de todos os tempos tanto no masculino quanto no feminino, ambos teriam lugar garantido na história.

O voleibol deve muito a Cuba, e deve demais a Despaigne e Mireya, que hoje certamente devem viver de uma forma modesta graças a política negativa de seus comandantes.Se fossem americanos estariam milionários e gastando suas fortunas pelo mundo afora. Uma pena tanta capacidade tão mal remunerada, enquanto assistimos nulidades com os bolsos cheios.

Vamos falar e talvez surpreender quando nos referirmos a outros esportes, pois não sou de mídia, sou de qualidade. Não levo muito a sério só o que se divulga pela televisão e pelas redes sociais. Sou mais pelos gols de Careca por exemplo, do que pelas pedaladas de Robinho. Chama mais a minha atenção os passes precisos de Gerson do que as mirabolantes jogadas de Ronaldinho Gaúcho. é meu jeito de ver.

Bruno Filho, jornalista e radialista, exigente com aquilo que é bom.

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