O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse, durante agenda no Ceará nesta quarta-feira, (20), que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 não produziu nada além de “ódio e rancor”. O relatório final foi apresentado nesta quarta por Renan Calheiros (MDB-AL). O documento pede indiciamento de 66 pessoas e duas empresas.
Entre os nomes, estão o do presidente da República e de três de seus filhos – o vereador pelo Rio de Janeiro Carlos (Republicanos-RJ), o senador Flávio (Patriota-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) –, além dos ministros Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União), Walter Braga Netto (Defesa) e Onyx Lorenzoni (Trabalho e Previdência).
Após parte dos apoiadores gritarem “Renan vagabundo”, Bolsonaro reagiu: “A voz do povo é a voz de Deus”.
“Como seria bom se aquela CPI estivesse fazendo algo de produtivo para o nosso Brasil. Tomaram tempo de nosso ministro da Saúde, de servidores, de pessoas humildes e de empresários. Nada produziram a não ser o ódio e o rancor entre alguns de nós”, defendeu Bolsonaro.
No discurso, o mandatário ainda disse que fez “a coisa certa desde o primeiro momento” e voltou a defender o kit Covid, medicamentos comprovadamente ineficazes no tratamento da Covid-19.
Bolsonaro vem criticando a CPI da Covid-19 desde a instalação, há cerca de seis meses. Esta foi a primeira vez que ele comentou o relatório final apresentado.
Entre os delitos sugeridos por Renan Calheiros para o indiciamento de Bolsonaro estão infrações de medidas sanitárias preventivas, charlatanismo, incitação ao crime, falsificação de documento particular, emprego irregular de verbas públicas, prevaricação, crimes contra a humanidade nas modalidades extermínio, perseguição e outros atos desumanos, violação de direito social e incompatibilidade com dignidade, honra e decoro do cargo.
No parecer, que será votado na próxima semana pela CPI, constam ainda os pedidos de indiciamento dos ex-ministros Eduardo Pazuello (Saúde) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores). Há também outros parlamentares, empresários, lobistas, médicos, pesquisadores e influenciadores bolsonaristas.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Metrópoles