Os pré-candidatos à presidência, Ciro Gomes (PDT), Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Alessandro Vieira (Cidadania) criticaram, em um debate promovido pela GloboNews no domingo (26), o ex-presidente Lula (PT) e o atual, Jair Bolsonaro (sem partido). Ciro, Mandetta e Vieira se colocam como possíveis candidatos do que vem sendo chamado de “terceira via”, termo rejeitado por eles.
Tentando encontrar esse espaço e aglutinar os eleitores que rejeitam Lula e Bolsonaro, os três questionaram a política econômica e os escândalos de corrupção do governo petista. Quanto a Bolsonaro, as principais críticas foram em relação à condução do combate à pandemia de Covid-19 e as consequências socioeconômicas que a política negacionista trouxe.
“Eu não gosto do termo terceira via. É a melhor via. Você tem um passado, representado pelo Lula, que como todo passado você tem a relevar a parte ruim. E o presente a gente não precisa nem sequer fazer comentários. A rejeição ao atual governo é muito alta”, disse Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde.
Ciro ainda estabeleceu uma relação entre as duas coisas: “Será que existiria o negacionismo boçal de Bolsonaro se não fosse a contradição econômica de Lula?”
Alessandro Vieira, por sua vez, lembrou de acordos entre os dois lados envolvendo a Operação Lava Jato: “[O trabalho da investigação] foi mantido até o momento em que você chega num ponto onde gente demais está comprometida e você tem um ‘acordão’, que o ex-senador Romero Jucá profetizou e que foi concretizado numa parceria Bolsonaro e PT”.
“O ataque à democracia não se dá somente através de tanques, ele se dá através de malas de dinheiro, e a gente viu isso muito claro no governo do PT”, concluiu Alessandro Vieira (Cidadania-SE).
Ciro e Mandetta compuseram governos que criticam
Questionado por ter composto o governo Bolsonaro como ministro da Saúde, Mandetta se justificou: “Hoje 600 mil vidas me separam de Bolsonaro. São 600 mil razões para eu dizer que as tomadas de decisões foram muito cruéis para o povo brasileiro”.
Ciro também foi confrontado com o fato de ter composto e apoiado os governos petistas. Ele se justificou apontando que nunca foi do partido, que concorreu contra Lula nas eleições e que não tolerou o que discordava.
“Fui ministro feliz da vida, não tenho arrependimento nenhum, foi um governo útil, importante, um bom governo para o Brasil, mas na sequência não aceitei mais. Meu afastamento vem público”, afirmou Ciro Gomes, ex-governador do Ceará e ex-ministro da Integração Nacional.
Além dos três, os governadores de São Paulo, João Doria; e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, também são nomes de destaque na disputa pela terceira via. Os dois, porém, ainda precisam brigar entre si e com Tasso Jereissati e Arthur Virgílio pela indicação do PSDB.
Ao comentar as prévias do PSDB, Mandetta afirmou que até a data limite para alteração de partido, muitos debates ainda acontecerão. Ele falou porém que a terceira via continuará se movimentando até lá, com a fusão de partidos e o diálogo entre dez partidos, que aconteceria semanalmente.
Fusão entre PSL e DEM
Mandetta falou especificamente sobre a fusão do DEM, partido a qual pertence, com o PSL, e disse que não permanecerá caso a nova legenda apoie Bolsonaro.
“Se for esse o caminho [apoio a Bolsonaro], pode ter certeza que eu não vou estar lá. Mas eu tenho toda a certeza de que não há a menor margem para esse tipo de caminhar”, disse.
Para ele, as figuras mais alinhadas ao presidente vão se incomodar com a fusão e deixarão a nova sigla.
“Essas pessoas que ficaram dentro do governo, Democratas tem dois membros dentro do governo, com certeza estão muito desconfortáveis. Não há a menor possibilidade desse partido estar no palanque do Bolsonaro”, continuou.
Fonte: Polêmica Paraíba com UOL
Créditos: Polêmica Paraíba