O "Vinil" Ainda Reina !

Bruno Filho

Convidado por minha mulher estive presente em dois shows que movimentaram a Capital, hábito que eu não cultivava no local aonde eu morava, a cinzenta São Paulo, que não permite um acesso fácil a esse tipo de atração. Aqui, faz parte do cotidiano das pessoas que levam muito a sério e adoram música.

Parei para pensar e refletir se eu havia voltado aos anos 80, década em que a música brasileira deslanchou de uma forma extraordinária e lançou simultâneamente dezenas de astros que até hoje conseguem arrastar multidões à beira de palcos sejam eles urbanos, ou da orla marítima.

Feliz fiquei ao concluir o quanto são espetaculares os nossos músicos, cantores e compositores que sobrevivem e conseguem, depois de 30 anos, carregar a bandeira do “pop”, do axé, ou sejá lá qual for o rítmo. Os meus contemporâneos estão agora estilizados para, quem sabe, esconder a idade real. Porém continuam em plena forma.

Olha só o que encontrei: Kid Abelha que já foi “Abóboras Selvagens” e agora é só Kid. No centro do palco Paula Toller, compositora, cantora e carismática revendo a sua platéia. O repertório é exatamente o mesmo de 25 ou 30 anos atrás e continua fazendo sucesso.

De repente… Roupa Nova, com os seis rapazes que já abrilhantaram milhares de shows com sua versatilidade ao tocar um simples rock nacional ou fazer performances de Pink Floyd e Queen. Paulinho um dos vocais se arrisca como Fred Mercury e se sai muito bem.

Vem aí o eterno Milton Nascimento, o “Bituca” que já está na casa dos 70, cabelos longos e capacidade acima da média. Um gênio que ainda faz com que crianças aprendam a cantar o refrão de “Travessia”, quem sabe arriscar até “Maria, Maria”. Independe de idade.

Surge então o Biquini Cavadão, com Bruno Gouveia há mais de 25 anos sacolejando e correndo pela platéia. Sem falar do RPM que ainda tem Paulo Ricardo com “cabelo pajem”, mas ainda causando suspiros nas antigas meninas, hoje mulheres, das calças estilo “cocota”. Dessa vêz ele não vem.

Se formos para o “estilo baiano de ser” sobram multidões gritando. Vamos começar com o Chiclete com Banana de Bel Marques, aos 60 anos com barba ou sem ele ainda pula durante noites e madrugadas inteiras. Companhia a ele faz Durval e seu Asa de Aguia. O simpático Durvalzinho quase aos 60 mantem a forma.

Daniela Mercury cinquentona com saúde e preparo físico para comandar o povo cantando e pulando sem demonstrar cansaço. De Ivete nem se fala, obviamente bem mais nova, porém está na estrada há mais de 20 anos desde os tempos da extinta Banda Eva.

Com isso e sem citar mais ninguem senão encheria 20 comentários, quero parabenizar essa gente toda e cumprimentar pelo sucesso estrondoso. E nesse espaço dedico á duas bandas de meu gosto pessoal o mesmo reconhecimento, embora ambas não estarão em João Pessoa…

O excelente Roger, e seu Ultraje a Rigor com músicas inesqueciveis e irônicas. Também para o responsavel pelo maior “boom” musical que já presenciei na vida, Evandro Mesquita e a Blitz. Insuperáveis e que até hoje ecoam por este mundo afora.

Queria mesmo é ver de volta Ney Matogrosso, João Ricardo e os Secos e Molhados cantando … Jurei Mentiras e sigo sozinho… aliás frase atual que pode subentender muitas coisas, inclusive que o tempo passa e quando damos conta pode até ser tarde. Há menos que voce fseja convidado por sua mulher a voltar ao passado.

Pena eu tenho, dos que vem atrás dessa gente…não vou citar nomes por respeito a quem gosta, mas eu não quero “tchu e nem tchá”, e jamais gritaria “embaixo…embaixo…”, ou “em cima…em cima…” nunca me verão entonar o “Chão…chão,chão,chão…” Estou fora dessa ! Out…

Bruno Filho,jornalista e radialista, em João Pessoa ainda vê coisas inacreditáveis e ótimas.

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