O mineiro Aguinaldo

Paulo Santos

O ministro das Cidades e deputado licenciado do PP paraibano Aguinaldo Ribeiro desembrulhou nesta segunda-feira (7), em João Pessoa, um pacote para financiamento de obras na Capital e no interior que ultrapassarão R$ 100 milhões, procurando melhorar a vida do cidadão na área do trânsito.

Não é muita coisa, mas é melhor do que nada. Há muito que Dilma Roussef já deveria ter recebido o diploma de “madrasta má” da Paraíba devido á dicotomia do seu Governo em concentrar todas as atenções para os Estado mais ricos – São Paulo à frente – e uns poucos de médio porte – como Pernambuco, por exemplo.

Aguinaldo, ao contrário, merece elogios por tentar tirar a Paraíba do ostracismo em que foi jogada neste Governo. Ele, que chegou à Esplanada dos Ministérios sob a desconfiança geral exatamente por ser um simples parlamentar nordestino, já quebrou as resistências da própria Dilma e impôs-se pelo equilíbrio e competência. Ponto na visão nacional.

O Ministro das Cidades não aparenta preocupação com o processo político-partidário, por enquanto, mas tenta desembrulhar outro pacote ainda mais pesado do que o apresentado na Capital: limpar as mentes sujas da política paraibana que vivem se alimentando de ervas daninhas travestidas de picuinhas.

Nesta sua primeira investida midiática de 2013, na Paraíba, Aguinaldo não quis deixar “furos” políticos, apesar de ter-se notado certo desinteresse de alguns setores em não dar maiores atenções ao Ministro. Este, entretanto, deu uma porretada no cravo e outro na ferradura.

Isso foi plenamente observado na divisão dos investimentos a serem feitas pelo Governo e pela Prefeitura da Capital. O investimento maior, como deve ser natural, ficou para o viaduto do Geisel – para o Estado – e a reurbanização do Parque Solon de Lucena – para a Prefeitura.

Não seria numa viagem com uma agenda positiva que Aguinaldo iria se imiscuir em assuntos políticos desnecessariamente. O período eleitoral em que ele, Dilma e outros estarão envolvidos ainda está longe e é normal que, sem deixar a política de lado, segure o foco na questão administrativa, colocando-se sempre como candidato á reeleição de deputado federal. Quieto – e atento a tudo – como rezam as cartilhas dos mineiros.

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CHAMA O GEPETO
O ex-prefeito Veneziano Vital (PMDB) diz que deixou mais de R$ 40 milhões em caixa para o atual prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSDB), que o desmente categoricamente, fala numa dívida inicial de R$ 11 milhões e assegura que tem mais coisas, inclusive cheques sem fundo. O Tribunal de Contas e o Ministério Público estão desafiados a definir quem está falando a verdade e quem está mentindo. Ou chamem o velho Gepeto, criador do Pinóquio.

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DIFERENÇA
Que existem mais segredos entre o Céu e a Terra que a gente nem imagina isso não se tem dúvidas, mas ninguém consegue entender porque o deputado estadual Guilherme Almeida (PSC) não titubeou em aceitar o comando da Secretaria de Agricultura de Campína Grande e a sua colega Eva Gouveia (PSD) reluta em aceitar a Secretaria de Ação Social. Logo ela, mulher de um dos maiores aliados de Romero. Vá entender os políticos…