Servidores com salários e 13º atrasados deixam de trabalhar

Mais de 90% dos 348 funcionários da limpeza pública da Prefeitura Municipal de Campina Grande estão de braços cruzados aguardando o pagamento dos salários atrasados, segundo os próprios trabalhadores. Ontem, mais 25 servidores efetivos responsáveis pela manutenção de ruas e limpeza de canais também pararam seus serviços, informando que somente depois do pagamento do 13º, salário de dezembro e vale-transporte, retornarão ao trabalho. O secretário de Serviços Urbanos, Geraldo Nobre, afirmou que o pagamento será feito, mas ainda não sabe quando, nem como isso acontecerá.

Agente de limpeza há cinco anos, o funcionário Paulo Soares contou que desde ontem não está mais trabalhando. “Não vou mais continuar pagando para trabalhar. Eu moro em Lagoa Seca, no Brejo, e tenho que vir de lá todos os dias, mas nem os salários e nem os vales nós recebemos. Tem gente que está com dívidas”, disse. Ele e os demais funcionários que estiveram em frente ao Departamento de Manutenção (no bairro das Malvinas), que está sob a responsabilidade da Secretaria de Serviços Urbanos, ontem pela manhã, informaram que não vão voltar ao trabalho, até que o problema seja solucionado.

Os funcionários são responsáveis pela manutenção de ruas, realizando a limpeza de canais e trabalhos de “tapa-buraco”. Na operação implantada pela prefeitura desde o dia 2 deste mês, na tentativa de recolher cerca de 800 toneladas de lixo diárias, em até 60 dias, foi necessária a contratação emergencial de 350 pessoas, já que mais de 90% dos servidores da limpeza estão parados. Conforme o secretário Geraldo Nobre, são 51 prestadores de serviços e mais 297 efetivos que estão sem receber seus salários e benefícios. Os prestadores estão sem receber os salários de outubro e novembro e os efetivos sem o 13º, o salário do mês de dezembro e vale-transporte.

“Infelizmente não é viável pagar três meses de salários em apenas um mês, mas o prefeito Romero Rodrigues está analisando todas as possibilidades, e não descarta a realização de um empréstimo”, disse. É isso o que esperam os funcionários, que também pedem melhores condições de trabalho, como a utilização de equipamentos de proteção individual e protetor solar. “Nós ficamos expostos a tudo, tem gente que trabalha de chinelos, pedimos que isso seja resolvido”, contou o auxiliar de limpeza Carlos Luiz.

Do Blog com JP OnLine