A pandemia do coronavírus trouxe para a população novas formas para se viver e conviver com as demais pessoas. Com o confinamento que tem o objetivo de evitar a propagação da Covid-19, vários indivíduos foram obrigados a se adaptarem a uma nova realidade.
O isolamento social mudou o hábito de muitas pessoas em relação aos exercícios físicos, fazendo com que as práticas fossem feitas todas dentro de casa, muitas vezes com aulas online ou sozinhas. A nova ideia agradou e há aqueles que afirmaram que vão manter o hábito mesmo após a não obrigação da quarentena, enquanto tem outros que preferem sair de casa para fazer exercícios junto com os amigos.
Um estudo realizado por cientistas da USP com 354 pessoas, publicado recentemente na revista Psychiatry Research, apontou que as pessoas que fizeram exercícios remotamente realizaram 30% mais atividades físicas intensas do que quem treinou em academia e graças a isso colheram os benefícios para a saúde física e mental.
Para o engenheiro de alimentos, Jorge Furtado, 39 anos, a atividade física online diminuiu a tristeza e a tensão. “Houveram melhoras em relação à lentidão de raciocínio, ao pessimismo, aos problemas de concentração em geral e ainda estou bastante satisfeito com minha autoestima”.
De acordo com a professora aposentada Meire Fragoso, 62 anos, realizar de 75 a 150 minutos de atividades físicas por semana é importante para viver mais e melhor. “Os exercícios intensos aumentam a longevidade por diminuírem os riscos de doenças cardiovasculares e câncer, além de preservarem a cognição, prevenindo demências e o risco de Parkinson, isso que é interessante”.
A pedagoga Beth Albuquerque, 42 anos, pratica yoga em casa por meio de aulas online. Para ela foi uma saída acertada durante o isolamento. “O yoga é visto como algo que pode, ao mesmo tempo, acalmar e fortalecer. Deixo a persiana semi aberta, para a luz natural não incomodar muito. Esse momento que estamos vivendo é, para muitas pessoas, uma constante preocupação. E estar preocupado tem efeitos que prejudicam muito a nossa saúde e o nosso bem estar. A Deborah, minha professora, tem uma voz bem suave e me ajuda a me sentir em paz”.
Para o estilista Lúcio de Paiva, 34 anos, sair de casa para a academia é fundamental para que as práticas funcionem. Ele explicou que a convivência com os colegas de treino é o ponto forte para seu bom desempenho no dia a dia. “Gosto muito de conversar, de estar presente em uma roda de amigos e aliar isso aos exercícios na academia é bastante prazeroso para mim. Sofri quando as academias estavam fechadas. Não consegui fazer nenhum exercício em casa”.
Dicas para novos hábitos
– Estabeleça uma rotina diária
Determine o horário para todas as suas tarefas, inclusive seu treino – e obtenha cumprir a agenda à risca. Evite perder tempo enrolando na cama pela manhã ou ficando uma hora conferindo as redes sociais no “piloto automático” ou em frente à televisão. Malhar deve ser encarado como uma tarefa obrigatória, como dormir, comer, tomar banho, escovar os dentes.
– Aposte em atividades que você adora
Há uma infinidade de modalidades para fazer online, como dança, yoga, pilates, HIIT (treino intervalado de alta intensidade) , exercício, treinos de força, CrossFit, aulas com movimento de lutas etc. E se você gostar de várias atividades, melhor ainda. Alterná-las evita que você enjoe de treinar.
– Invista em acessórios
Muitos métodos nem precisam de equipamentos e usam apenas o peso do corpo. Mas investir em um elástico, em uma fita de suspensão ou qualquer outro acessório pode servir de estímulo para se exercitar —já que você vai querer testar o equipamento que comprou e também fazer o gasto (na verdade, investimento) valer a pena.
– Faça aulas online ao vivo
Além de gerar um compromisso (você é obrigado a treinar no horário da “live”), elas trazem um pouco do “calor” do presencial, o incentivo do professor etc. Importante: faça sempre aulas conduzidas por profissionais de educação física, nada de seguir o treino da blogueira fitness que não é especialista na área.
– Contrate um pessoal
Muitos profissionais de educação física estão oferecendo atendimento online individualizado. Além do compromisso que isso gera (tem alguém esperando você tal dia e horário para treinar), o professor vai montar uma rotina de exercícios adequada para seus objetivos e condicionamento físico —o que evita que você sofra com dores e fique dias sem poder se movimentar por ter seguido um treino mais intenso do que suporte. O personal ainda corrige movimentos errados, probabilidade o risco de lesões. Se não tiver condições de fazer todos os treinos com o profissional, você pode contratá-lo para uma ou duas aulas por mês. Nelas, o pessoal irá passar o treino e orientar como fazer os exercícios corretamente, depois você continua seguindo a rotina sozinho pelas próximas semanas.
– Aposte em aplicativos ou plataformas de treino
Se não tiver condições de pagar um pessoal, você pode seguir treinos prontos oferecidos em aplicativos ou plataformas de treino —muitos são gratuitos. “Procure apps que levam em conta o seu perfil e que ofereçam treinos com os materiais que você tem em casa e para seu nível de treinamento. Caso contrário, é grande o risco de desistir na primeira semana”, orientação o profissional de educação física, Master Trainer da Bodytech e treinador André Trombini.
– Crie um “ritual” fitness
Se você treina pela manhã, já deixe as roupas separadas na noite anterior, coloque a garrafinha com água para gelar, deixe o colchonete, toalha e os acessórios de treino na sala etc. “avisa” seu cérebro que vai fazer exercícios no dia seguinte, se prepara e reduz o risco de surgirem desculpas para desistir. Quem treina à tarde ou à noite também pode criar seus rituais, como ouvir sempre uma lista de reprodução para se motivar minutos antes de começar o exercício, enquanto coloca roupas de treino; dar sempre uma volta no quarteirão com o cachorro como forma de aquecimento para o treino etc.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba