O presidente Jair Bolsonaro almoçou nesta quinta-feira (9) com o ex-presidente da República Michel Temer (MDB), em Brasília. O encontro foi motivado pela crise institucional entre os poderes, agravada pelos ataques de Bolsonaro nos discursos do 7 de Setembro.
Segundo apurou a TV Globo, Bolsonaro não apenas convidou, mas enviou um avião da frota presidencial para buscar Temer em São Paulo. O ex-presidente chegou à capital federal por volta das 11h30.
Até as 15h30 – quatro horas depois –, Bolsonaro seguia reunido com Temer e com o advogado-geral da União, Bruno Bianco.
O encontro não foi informado nas agendas oficiais divulgadas pelo Palácio do Planalto e pela AGU, e não tinha sido confirmado pelo governo até a última atualização desta reportagem.
Este não é o primeiro episódio de aproximação entre Bolsonaro e o ex-presidente da República. Em agosto de 2020, após uma explosão na capital do Líbano deixar mais de 150 mortos, Jair Bolsonaro anunciou que a missão de ajuda enviada a Beirute seria capitaneada por Temer – descendente de libaneses.
Os dois presidentes também devem conversar sobre os atos de caminhoneiros bolsonaristas que, nos últimos dias, vêm bloqueando rodovias federais em todo o país. Em 2018, o então presidente Michel Temer enfrentou protestos similares, mas com pautas diferentes.
Crise entre poderes
A crise entre os três poderes se arrasta há meses, mas ganhou novo impulso após os discursos de Bolsonaro, em atos em Brasília e São Paulo, no feriado do 7 de Setembro.
Em sua fala, Bolsonaro voltou a atacar o sistema eleitoral brasileiro, outros integrantes do STF e governadores e prefeitos que tomaram medidas de combate à Covid. E afirmou que não vai mais cumprir as decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O discurso gerou reações contundentes dos presidentes do STF, Luiz Fux, e do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso.
Os presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), divulgaram pronunciamentos gravados nesta quarta (8) em que pediram a pacificação, mas evitaram comentar o conteúdo das declarações de Bolsonaro.
Fonte: G1
Créditos: G1