Ricardo Coutinho avalia ação do legislativo e diz que Assembleia age da pior forma possível

Em entrevista exclusiva à reportagem do Jornal da Paraíba, o governador Ricardo Coutinho avaliou a gestão de parlamentares paraibanos com mandato na Assembleia Legislativa. Para o governador, os deputados estaduais da Paraíba agem da pior forma possível.

Sobre o fato de não ter maioria na Assembleia, Ricardo disse que quando prefeito de João Pessoa também teve problemas com o Legislativo e nem por isso deixou de governar. Ricardo declarou que não ficará de braços cruzados diante dos ataques que vem sofrendo da Assembleia. “O governo não vai ser desmoralizado por ninguém. Nenhum deles se iluda achando que o Poder Executivo é fraco. O governo não vai ficar parado, não vai ficar calado”, disparou o governador.

Ainda segundo o governador, muitas das ações tomadas pelos parlamentares são maléficas para a própria Assembleia, como também para o povo da Paraíba. “O que não pode é ter alguém se dizendo oposição e você perguntar o que está errado e não sabe dizer o que está errado. Quer apenas impedir que o governo governe, não sabe o valor que a democracia tem, não tem sequer a percepção do quanto nós lutamos para que esse Estado democrático, que pressupõe a contestação, mas pressupõe também a harmonia entre poderes, o quanto se precisou lutar para virar realidade”, disparou.

Sobre a mudança quórum na Assembleia Legislativa para aprovação de matérias, inclusive contas do governador Ricardo classificou como a expressão do ódio e mesquinharia. “Apenas isso, é a expressão mais nítida, recheada de ódio, a esse processo de transição. É algo que vem do nada, urgido e ungido nos porões da Assembleia, sem que ninguém saiba, sem passar por nenhuma comissão, se chega e coloca uma mudança no Regimento”, disse. “Isso é algo completamente maléfico ao Poder Legislativo, à democracia, porque é algo casuístico, visando exclusivamente colocar um governo e um governante sob uma suposta subordinação. Qualquer pessoa que conhece aqui a conjuntura sabe que não vai acontecer, que o governo não vai estar refém de ninguém”, completou.

Avaliando as matérias da casa, Ricardo não poupou vocabulário. “Tem tantos absurdos. Eles chegam ao ponto de aprovar dois projetos iguais no mesmo ano, a ponto de negar para a Cagepa a sobrevivência de uma empresa pública. Ora, isso não se faz nem com o pior inimigo, porque é um crime de lesa a pátria, um crime contra o Estado”.

Por fim, Ricardo mandou um recado aos parlamentares. “Para essas pessoas eu quero dizer que não tenho nenhum rancor. Eu continuo a respeitar os poderes, porque é a minha obrigação e naturalmente exijo o devido respeito. O governo não vai ser desmoralizado por ninguém. Eu não tenho muito tempo a perder com isso. Meu tempo é estar comandando o Estado, buscando abrir portas lá fora. Desde o início eu tenho tido uma postura republicana, de respeito à autonomia, mas sempre pedindo a harmonia, porque está na Constituição. Nós conseguimos com os demais poderes. Por que com a Assembleia não? O governo não vai ficar parado, não vai ficar calado. Eu preferiria muito que isso não ocorresse porque não é bom para ninguém”, concluiu.

A entrevista foi publicada na edição do último doningo (6) do Jornal da Paraíba.

Confira o áudio:

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