Em entrevista a Carta Capital essa semana, o ex-governador Ricardo Coutinho falou sobre seu retorno ao PT, e o que espera de 2022 com Lula concorrendo contra o atual presidente Jair Bolsonaro.
“O Brasil não aguenta mais quatro anos, e eu não digo nem de Bolsonaro, porque eu acho que ele está profundamente enfraquecido. Refiro-me ao bolsonarismo, em seu conteúdo econômico e social. As forças politicas consequentes precisam ter essa clareza “, disse Coutinho.
O ex-governador do estado relembrou a importância do nordeste nas eleições de 2018.
“Se você for fazer uma análise das eleições de 2018 e comparar e comparar com o restante do Brasil, vai ver que o voto mais politizado foi exatamente no nordeste.”
Ricardo Coutinho se referiu votação expressiva que os estados nordestinos tiveram na escolha para presidente, e escolheu Fernando Haddad, que liderou em 8 dos 9 Estados do Nordeste e no Pará, no Norte. Haddad perdeu para Bolsonaro que venceu em 17 Estados – em todos das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e na maior parte da região Norte.
“Não é porque votou no Haddad, quase 70%, e sim porque o fosso social é mais profundo aqui. Se fosse verdade que essa população que essa população é despolitizada, o caminho mais natural seria apoiar a candidatura que todos apoiavam: o capital financeiro, os grandes empresários, os grandes meios de comunicação. Se essa população não fosse politizada, acompanharia essa boiada”, disse ele.
Ao ser questionado sobre um possível golpe militar ele afirmou não acreditar que Bolsonaro teria forças para realizar.
“Não acredito em golpe. Bolsonaro está mais isolado que nunca. Por incrível que pareça, o Brasil chegou ao ponto de ter um presidente que não consegue falar sobre saúde, não consegue falar sobre balança comercial, não consegue falar sobre absolutamente nada, a não ser sobre golpe, ditadura, tortura, fake news, é um propulsor da desorganização de uma nação.”, afirmou.
Justiça
Em dezembro de 2019 Coutinho foi preso na Operação Calvário por suspeita de envolvimento em desvios na área da Saúde. Em julho, o ex-governador se tornou alvo de uma nova denúncia feita pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB).
Ele é investigado por irregularidades na contratação de funcionários conhecidos como “codificados” pois não realizaram concurso público e nem possuem vínculo formal com o estado.
Fonte: POLÊMICA PB
Créditos: POLÊMICA PB com Carta Capital