A Paraíba ficou em primeiro lugar no Brasil no Índice de Educação à Distância, de acordo com o estudo da Rede de Pesquisa Solidária em Políticas Públicas e Sociedade.
De acordo com o documento divulgado na última segunda-feira (23), os dados foram concebidos por pesquisadores ligados à RPS com base no exame de documentos oficiais publicados pelos governos estaduais e pelas secretarias de educação (e, na falta destes, notícias e comunicados à imprensa).
Em 2020, a ausência de esforços do Ministério de Educação e do Ministério de Economia para coordenar ensino e socorro fiscal reforçou a desigualdade regional, com maior prejuízo para os estados com menor PIB per capita, que apresentaram os piores planos de educação a distância. Apesar disso, em 2021, os estados melhoraram seus programas de ensino remoto para as redes públicas, mas quem mais ganhou foram aqueles que optaram pela preservação do orçamento da educação no ano passado.
O Indíce de ensino a distância (IEAD) mede, diariamente, a amplitude e o potencial de alcance dos programas de ensino a distância desenvolvidos pelos estados após o fechamento das escolas. Como todo índice, o IEAD resume informações que são, por natureza, qualitativas em uma única medida quantitativa. Assim, simplifica o acompanhamento dos planos estaduais e permite uma comparação das estratégias de cada uma das unidades da federação.
No ano de 2020, o estado da Paraíba ficou com a média de 5,8 na mesma pesquisa em 2021 8,89, dando um salto de três pontos entre um ano e o outro.
De acordo com a pesquisa, a coleta de dados é baseada em decretos publicados pelos governos estaduais e pelas capitais e por publicações oficiais nos sites das secretarias de educação. O índice é formado por quatro componentes:
• MEIOS DE TRANSMISSÃO: Os meios e canais utilizados para oferecer aulas a distância, vídeos ou conteúdo educacional aos estudantes, como rádio, televisão ou internet;
• FORMAS DE ACESSO: Os materiais, dispositivos e tecnologias disponibilizados para oferecer a alunos e professores acesso às aulas e aos conteúdos, como celulares, tablets, apostilas ou quaisquer formas de subsídio à internet;
• SUPERVISÃO DOS ALUNOS: As responsabilidades de supervisionar e garantir a frequência dos alunos nas aulas, além do monitoramento das atividades propostas, são atribuídas a professores e escolas, às instituições educacionais dos governos, ou a ambos;
• COBERTURA: Os níveis educacionais cobertos, como infantil, fundamental e médio.
O IEAD é redimensionado para uma escala de 0 a 10 e tem valores para cada unidade-dia, ou seja, para cada dia do período estudado, cada estado/capital recebe uma nota. No ano de 2020, o índice expôs as fragilidades dos programas de educação a distância propostos pelos estados e pelo DF.
No entanto, em vez de converter o reconhecimento das deficiências dos programas de ensino remoto em argumento para abandoná-los e substituí-los pela educação inteiramente presencial no ano de 2021, os estados buscaram aperfeiçoar o ensino a distância. Na totalidade das unidades da federação, o IEAD atualizado aponta que, em 2021, o alcance potencial dos programas melhorou, indicando que se compreendeu que o ensino presencial não exclui o ensino remoto, o qual pode – e deve – ser aprimorado.
Apesar da ausência de esforços do Governo Federal (e do Ministério da Educação) para orquestrar a oferta do ensino remoto, os estados 4 Rede de Pesquisa Solidária – Boletim No. 33 23 de julho de 2021 lidaram com os desafios e adentraram o ano de 2021 com planos mais robustos. O estado que experimentou a menor variação positiva no IEAD foi o Rio de Janeiro, onde o índice aumentou 14,4%, já a maior variação positiva foi a do estado da Bahia, em que o índice subiu de 0 para 4,4, seguido pelo Rio Grande do Norte, cujo índice aumentou em 491,3%. No conjunto, a média dos estados subiu de 2,7 para 5,1 (aumento equivalente a 86,7%).
A Figura 1, abaixo, decompõe o IEAD em seus subindicadores integrantes e permite contrastar o índice calculado para o ano 2020 com aquele de 2021. A categoria que mais avançou foi “Acesso”, que, no todo, experimentou uma variação positiva de, aproximadamente, 108%: a pontuação média nesse quesito passou de 0,236 para 0,4892.
O “Acesso” indica se o plano do estado prevê a distribuição de apostilas específicas, dispositivos e/ou subsídio para acessar a Internet. Se nenhum desses está previsto, a nota do estado é nula; se um entre esses está previsto, a nota é 0,33; se dois, 0,66; por fim, se os três estão contidos no plano, a nota é 1.
Confira os números na íntegra:
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba