desembargador pediu vistas

CASO GEFFESON MOURA: julgamento de recurso sobre prisão de policiais de SE envolvidos na morte do paraibano é adiado - VEJA VÍDEO

Na manhã desta terça-feira (17) foi realizado o julgamento para julgar o recurso sobre a prisão dos policiais envolvidos na morte do comerciante Geffeson De Moura, de 32 anos.

Na manhã desta terça-feira (17) foi realizado a segunda sessão de julgamento sobre o recurso de prisão dos policiais envolvidos na morte do comerciante e advogado Geffeson de Moura Gomes, de 32 anos. O crime aconteceu no dia 16 de março deste ano, na cidade de Santa Luzia, durante uma operação da Polícia Civil de Sergipe, no Sertão da Paraíba. Geffeson teria sido confundido com um criminoso identificado pelos policiais, e foi atingido com oito tiros, ele chegou a ser socorrido com vida mas morreu em seguida.

Em abril uma decisão judicial deixou em liberdade os policiais sergipanos acusados de executar o comerciante. O juiz Rossini Amorim Bastos foi o responsável por indeferir o pedido de prisão preventiva dos policias e determinou a soltura imediata. “Não há elementos idôneos que demonstrem que, soltos, os réus comprometam o resultado útil do processo”, disse na decisão.

De acordo com a denúncia, “a operação policial coordenada pelos acusados, se apresentou desprovida de qualquer formalidade voltada ao exercício regular da polícia investigativa, porquanto, só fora comunicada à polícia paraibana poucas horas antes do seu intento, carecendo de informações básicas. Além disso, resolveu-se instalar uma barreira policial, à noite, no meio de uma rodovia federal, com uma viatura descaracterizada e apenas três policiais para abordar os veículos que trafegavam pelo local”, diz a denúncia.

Para o órgão ministerial, as circunstâncias em que o homicídio aconteceu indicam que os denunciados tinham a intenção de matar o alvo da operação e não de prendê-lo.

A defesa da vítima entrou com recurso no Tribunal de Justiça do estado para pedir que a prisão preventiva dos suspeitos fosse aceita. Nesta segunda sessão de julgamento realizada na manhã de hoje o primeiro relator o desembargador Carlos Martins Beltrão Filho votou favorável para a prisão  preventiva dos policiais terça-feira, mas o  julgamento foi suspensa após o desembargador Ricardo Vital pedir vistas, para examinar o processo antes de votar. A defesa  aguarda  que nos próximos dias seja retomado o julgamento com um parecer favorável a prisão dos envolvidos.

Em entrevista o advogado deu detalhes sobre o julgamento.

VEJA VÍDEO:

Nas redes sociais a família do empresário pediu justiça para que o crime não fique impune.

“Vamos ficar na torcida que o mal caia por terra e os Assassinos: Osvaldo Rezende neto e seus ajudantes Jose Alonso de Santana e o Gilvan Morais de Oliveira, sejam presos e levados a júri popular na Paraíba! Acreditamos no Tribunal do Estado que a justiça será feita!
Sangue inocente foi derramado, um crime que chocou a todos e destruiu uma família inteira, não pode ficar impune! 🙏”, escreveram nas redes sociais.

 

Entenda o caso:

 

O crime

O advogado e comerciante Geffeson De Moura, de 32 anos foi morto no dia 16 de março deste ano, na cidade de Santa Luzia, durante uma operação da Polícia Civil de Sergipe, no Sertão da Paraíba. Geffeson De Moura Gomes teria sido confundido com um alvo identificado pelos policiais, e foi atingido com oito tiros, ele ainda foi socorrido com vida mas morreu em seguida.

Policia Sergipana apresenta versão

Dois dias após o crime, o delegado-geral da Polícia Civil de Sergipe, Thiago Leandro, deu a versão da atuação da polícia sergipana na ação policial que causou a morte do empresário paraibano Geffeson Moura, em Santa Luzia, na noite da terça-feira (16).

“A Polícia Civil estava em missão oficial naquela região, assim como em outros estados do Nordeste. Nosso departamento de combate ao narcotráfico estava em uma investigação para combater uma quadrilha especializada no tráfico de substâncias entorpecentes na região Nordeste, que abrangia muito nosso estado de Sergipe”, disse.

“Segundo relato dos policiais, já prestado junto à Polícia Civil do estado da Paraíba, a pessoa de Geffeson estaria armado com uma pistola e teria esboçado alguma reação. Então nossos policiais acabaram reagindo ao esboço”, explicou.

Família contesta versão dos Policiais

Geraldo Quirino, que é advogado e tio do empresário Geffeson falou em nome da família do jovem; segundo ele, Geffeson sofreu de 5 a 7 disparos de arma de fogo, todos em direção à parte superior. Geraldo informou que dentro do carro havia bastante sangue, mas sem vestígios de arma de fogo, o que leva os familiares a desconfiar que o jovem sofreu apenas um tiro dentro do carro e os outros fora do veículo.

O advogado também denunciou o fato de os próprios policiais de Sergipe terem descaracterizado o local da cena do crime de forma proposital, alegando que o local deveria ficar intacto para que fosse feita a perícia.

Policiais civis são afastados 

O delegado-geral, Thiago Leandro, reuniu-se com a corregedora-geral sergipana, delegada Érika Magalhães no dia 19 de março, e determinou o afastamento administrativo de policiais civis do Departamento de Narcóticos (Denarc) envolvidos na ação em Santa Luzia, sertão paraibano, que culminou com a morte de Geffeson de Moura Gomes.

A medida tem por objetivo primar por uma investigação isenta e transparente. O afastamento vai durar enquanto perdurarem as investigações do inquérito policial aberto pela Polícia Civil da Paraíba.

Delegado sergipano afirma que o jovem foi morto por engano 

Em entrevista ao Jornal da Fan, da rádio Fan FM, no dia 22 de março, o delegado geral da Polícia Civil de Sergipe, Thiago Leandro, detalhou a operação que terminou na morte do advogado Geffeson Moura Gomes. Segundo o delegado geral, o advogado não era alvo dos policiais sergipanos. Ele ainda disse que a operação não era clandestina e garantiu investigação isenta.

“Não pretendíamos fazer abordagem na Paraíba, mas a polícia de lá sabia sim, que nós estávamos aguardando a passagem do nosso investigado. No momento da morte do advogado, policiais paraibanos estavam com nossa equipe. Cerca de 1h antes da ação pedimos reforço, isto porque nossa abordagem seria no Rio Grande do Norte, mas aquela é uma área de divisa e foi avaliada como a melhor localidade para interceptar o investigado por tráfico de drogas que passaria por ali”, detalhou.

 Justiça decreta prisão de policiais de Sergipe envolvidos no crime

A Polícia Civil da Paraíba representou pela decretação da prisão temporária da equipe de policiais sergipanos que participaram da ação. O pedido foi atendido pelo Ministério Público e Poder Judiciário da Paraíba, que decretou a prisão da equipe de agentes públicos de Sergipe composta por um delegado e um agente de investigação da Polícia Civil e um policial militar. Os três foram presos na tarde do dia 23 de março em Aracaju (SE) pela Polícia Civil do mesmo Estado.

Decisão deixa em liberdade acusados de matar Geffeson de Moura

A Justiça da Paraíba indeferiu, no dia 21 de abril, o pedido de prisão preventiva dos policiais investigados. O juiz Rossini Amorim Bastos foi o responsável por indeferir o pedido de prisão preventiva dos policias e determinou a soltura imediata. “Não há elementos idôneos que demonstrem que, soltos, os réus comprometam o resultado útil do processo”, disse na decisão.

De acordo com a denúncia, “a operação policial coordenada pelos acusados, se apresentou desprovida de qualquer formalidade voltada ao exercício regular da polícia investigativa, porquanto, só fora comunicada à polícia paraibana poucas horas antes do seu intento, carecendo de informações básicas. Além disso, resolveu-se instalar uma barreira policial, à noite, no meio de uma rodovia federal, com uma viatura descaracterizada e apenas três policiais para abordar os veículos que trafegavam pelo local”, diz a denúncia.

Delegado indiciado pelo homicídio de Geffeson é nomeado

O delegado sergipano Osvaldo Resende Neto foi nomeado no dia 28 de maio, como presidente da recém constituída Comissão Permanente de Avaliação e Alienação de Bens em Sergipe. Por meio de nota, a Polícia Civil reafirmou que o delegado Osvaldo Resende foi nomeado em uma comissão, sem qualquer tipo de remuneração extra, cujo objetivo é recadastrar bens apreendidos em razão da prática do crime de tráfico de drogas e que se encontram em depósitos e pátios.

 

 

 

 

Fonte: POLÊMICA PARAÍBA
Créditos: POLÊMICA PARAÍBA