A Câmara dos Deputados vota nesta quarta-feira a cassação da deputada federal Flordelis dos Santos de Souza, acusada de mandar matar o marido, o pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019. O processo de afastamento definitivo da parlamentar foi aprovado em 8 de junho deste ano, com 16 dos 17 votos favoráveis no Conselho de Ética da Casa.
Nesta terça-feira, a deputada encaminhou uma carta aos demais colegas de plenário pedindo uma chance para lutar contra uma “grande injustiça”. Flordelis alega que quer provar sua inocência e diz que tem passado por muito sofrimento desde que perdeu o marido. Ela também se defende e diz que não mandou matar ou conspirou para a morte de Anderson do Carmo e que quer cumprir o mandato para o qual foi eleita.
“Uma chance para que eu possa me defender de um processo injusto de homicídio do meu próprio marido. Uma chance para que eu possa cumprir o mandato que eu fui legitimamente eleita. Uma chance para que minha dignidade seja, um dia, restabelecida”, diz a parlamentar.
Flordelis também cita seu trabalho como pastora e a adoção de seus filhos antes e durante seu casamento com Anderson.
“Tenho 60 anos. Desde pequena eu sou evangelizadora e acolho crianças e adolescentes que estou na rua. Sempre fui muito pobre, o que não me impedia de partilhar o pouco que eu tinha, disposta a passar fome e frio para conseguir dar atenção às filhas e filhos de Deus”, diz a deputada na carta.
A defesa da deputada entrou com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira, às vésperas da discussão no plenário, na tentativa de suspender o processo de cassação da parlamentar. Dentre os argumentos utilizados, os advogados alegam que este é um “procedimento praticamente medieval de destruição de uma mulher negra, pobre, religiosa, que ousou
ascender a um lugar habitado por brancos, racistas, misóginos, sexistas”, completa a defesa.
Fonte: Meia Hora
Créditos: Polêmica Paraíba