Eu disse que a “Paraibada” “ia cumê no centro” nessas Olímpiadas…
Mas esses “baiano”, “paraíba” avacalharam, “bagunçaram o coreto”, digo esculhambaram o Genkan de sapato e tudo (para os desavisados o termo aí se refere a entrada principal de casas japonesas, onde, tradicionalmente, devem ser deixados os calçados- receba a cultura oriental em nordestinês aí).
A sensação é que quiseram tomar de volta, na raça, todo o ouro e demais minérios surrupiados do Brasil Império. Por sinal, só o país Nordeste teve 4 vezes mais medalhas que Portugal. Já dizia Chico, o Science: “o homem roubado nunca se engana”. O ouro é nosso de volta, ó lusitanos.
Tudo bem que as maiores jazidas eram em Minas, mas lá nas Gerais também tem um enorme Nordeste, procurem saber…
Nessa conta e devido a simpatia do povo mineirin vou abrir uma exceção e deixá-los gozarem um bucadin de nordestinidade.
Sim, mas deixe de arrudeio e prossiga com a narração, locutor.
Piscou, lá vai Izaquias “empurrando a jangada” a frente de tudo e de todos. Uma flecha singrando as águas japonesas.
Ouro no peito, resposta rápida e certeira ao incômodo que o próprio relata quando escuta o velho jargão de “baiano preguiçoso”. Corre atrás aí, fera. Liga o motor e segue o líder.
Quarta medalha do baiano de Ubaitaba, cidade a 60 quilômetros de Itabuna, onde nasci. Filhos do mesmo solo cacaueiro. Frutos da energia do chocolate sulbaiano. A única e irrelevante diferença é que eu não remo. Bobagem.
Falar em brilho dourado baiano em águas orientais….
A soteropolitana Ana Marcela trouxe a primeira conquista da história brasileira na maratona aquática. Um submarino supersônico movido a biodieesel de dendê.
Mas é nos ringues que a “p… empena” e os baianos fazem o “bambu gemer”.
A escola Bell Marques, digo Luis Dórea de boxe baiano é um dos maiores celeiros de talentos do mundo hoje na modalidade.
Quem vai desprezar o maior campo de treinamento a céu aberto do universo nas ruas do carnaval de Salvador. “Cole na corda, pai”. “é mugegé, é mugegé…”
Ouro com Hebert Conceição em um nocautaço. Um “traumatismo ucraniano”.
A menina Bia Ferreira ficou honrosamente com a prata. A primeira pugilista brasileira a disputar uma final olímpica. Guerreira.
Completando o Comitê Olímpico Baiano, sigla já apropriada com as iniciais originais do COB, tem o fenômeno dos campos Daniel Alves, o garoto de 38 anos, que com o ouro olímpico, alcançou a marca de 42 títulos na carreira, marca imbatível na história do futebol.
Como diz meu amigo Franciel Cruz: “Segura a Bahia”.
A boa Paraíba também teve dois boleiros campeões em Tóquio: o “boy” da Torre, Mateus Cunha e o paredão Santos, lá da jóia do Cariri, Cabaceiras, a Roliúde Nordestina, terra da Festa do Bode Rei.
No mesmo campo de Yokohama teve a tradicional exaltação do orgulho pernambucano com uma história “arretada” do zagueiro Nino. Ele separou, mas esqueceu de por a bandeira do arco-íris na mala (aquele que eles dizem ser o símbolo mais belo do mundo). A partir daí, uma força-tarefa com participação de agentes secretos da imprensa brasileira, uma rede clandestina de contatos, se formou. Artefato arrumado, pronto para ser exibido exaustivamente no pódio e comemoração em campo pelo orgulhoso recifense.
Isso sem falar nos primeiros medalhistas do país Nordeste nesta Olímpiada de Tóquio, a fada maranhense Rayssa Leal e o acrobata do mar, o potiguar, quase paraibano, Ítalo Ferreira.
Mas sobre eles eu já dediquei texto exclusivo aqui ó:
https://www.marcosthomaz.com/post/as-paraibadas-que-colocam-o-brasil-no-topo-do-mundo
Mas só para arrematar com chave, digo medalha de ouro, o baianin Eliseu Lins, que pratica olimpíadas no copo e ganha, lembra que o Nordeste sozinho é “o país sulamericano” melhor classificado nestes jogos. Nem os irmãos brasileiros, nem os hermanos argentinos foram páreos para uma “paraibada” dessas.
Fonte: Marcos Thomaz
Créditos: Marcos Thomaz