O governo do Chile decidiu reforçar com uma terceira dose de vacina quem já completou o esquema de imunização completo contra a Covid-19 da vacina Coronavac – imunizante do laboratório chinês Sinovac que, no Brasil, vem sendo produzido pelo Instituto Butantan. A terceira dose começará a ser aplicada na próxima quarta-feira, (11), de acordo com o calendário por idade, iniciando com os maiores de 55 anos.
Até o momento, aproximadamente 82% da população chilena está completamente imunizada, restando ainda 1,8 milhão de pessoas não-imunizadas no país. Quase 90% dos imunizados receberam a Coronavac.
Segundo o ministro da Saúde, Enrique Paris, a dose de reforço será com a vacina da Oxford/AstraZeneca. Ainda está sendo analisado pela pasta se será necessário fazer o mesmo com quem recebeu a vacina Pfizer/BioNTech.
O avanço da vacinação no Chile tem tido como resultado uma acentuada queda nas infecções diárias pelo coronavírus, o que levou o governo a suspender quarentenas (exceto daqueles que entram no país vindos do exterior) e a afrouxar outras restrições sanitárias, possibilitando a reabertura de lojas com capacidade reduzida.
As autoridades, por outro lado, se preocupam com uma eventual epidemia da variante Delta no país. Dados oficiais registraram até o momento 55 infectados entre os viajantes que voltaram do exterior e mais quatro casos de transmissão comunitária. O Chile notificou 1,6 milhão de infectados e mais de 35.000 mortes em decorrência da Covid-19.
Terceira dose no Brasil?
A decisão chilena chama a atenção pois a Coronovac é um dos imunizantes mais usados no Brasil e, desde que foi anunciada, desencadeou uma disputa política entre o governador de São Paulo, João Doria, e o presidente da república, Jair Bolsonaro.
No último dia 28 de julho, o Ministério da Saúde anunciou que vai fazer um estudo para avaliar a aplicação de terceira dose em pessoas vacinadas com a Coronavac. Doria classificou a pesquisa como “uma inutilidade” e, em entrevista, reforçou que a aplicação de uma terceira dose da Coronavac não é necessária.
“Não há nenhuma necessidade de você tomar uma terceira dose da Coronavac”, garantiu. “A Coronavac foi credenciada na OMS como uma vacina eficaz e segura. E é a mesma vacina que o Ministério da Saúde já aplicou no braço de 63 milhões de brasileiros”, afirmou.
Em 23 de julho, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou um comunicado informando que, até o momento, não há necessidade de dose reforço para complementar os esquemas vacinais contra a Covid-19 que estão sendo administrados na população pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI).
“Baseados nos dados que conhecemos agora, não indicamos a terceira dose ou reforço para as vacinas autorizadas pela Anvisa. Isso não significa que a situação não possa mudar, ou seja, podemos precisar autorizar, por exemplo, para os idosos ou para pessoas com comorbidade, mas essa definição só poderá acontecer depois da avaliação dos dados gerados nos estudos científicos”, explica Meiruze Freitas, diretora da Anvisa.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Metrópoles