2012 O ano que ficará

Marcos Tavares

Quando for reescrita a história do nosso tempo, o ano de 2012 certamente terá um destaque na nossa memória. Pela primeira vez figuras coroadas da República e até um presidente foram envolvidos, investigados e julgados por um escândalo financeiro sem par que abalou o Brasil. O mensalão com certeza ficará como um divisor de águas entre a impunidade e o império da Lei nessa terra onde a lei é violentada frequentemente, principalmente pelos poderosos. Ministros, banqueiros, publicitários famosos, todos pessoas da intimidade do poder foram condenadas a penas severas pelo mau uso da coisa pública feito de maneira descarada e deslavada como poucas vezes se viu.
O caso de Lula é como um dogma de fé. Para quem acredita, não precisam mais provas. Para quem desacredita de sua culpabilidade, todas as provas serão inúteis, mas é impossível achar que o gestor maior do país desconhecesse tudo que faziam os figurões do seu partido e de sua administração num gabinete vizinho ao seu. Desculpar Lula por desconhecimento é reduzi-lo a um imbecil total sob cujo olhar se desnudou a República sem que ele visse. É patente a cumplicidade e o envolvimento de Lula nesse escândalo, embora a lama tenha apenas respingado sua imagem de líder populista.
O PT pode até continuar no poder e Lula pode até voltar a ser presidente, mas nunca mais será tentada uma manobra escusa como o mensalão, pois pela primeira vez a indignação geral transformou-se em pena. Nem mesmo Collor arrastado na lama teve seus pecados julgados, mas com a camarilha do PT o escândalo era tão patente que a mais alta corte de Justiça do país não teve dúvidas em enviar para a cadeia ex-ministros, parlamentares, dirigentes partidários, enfim todos aqueles que sua ação, omissão e procedimento envergonharam o Brasil.
Desertou
Médicos ameaçando paralisação, garis nas ruas pedindo seus salários, funcionários com vencimentos atrasados desde agosto. Esse é o quadro atual de Campina Grande, a segunda maior cidade do Estado. Tudo isso começou a acontecer depois que o prefeito Veneziano Vital teve sua candidata derrotada na eleição. Ele iniciou uma política de terra arrasada para dificultar a vida de seu sucessor. Até parece que Vené desertou de qualquer pretensão política, pois tratar sua base eleitoral dessa maneira é coisa pra quem se despede.
Laico
Concordo em gênero, número e grau com Walter Aguiar. É inconstitucional a prefeitura gastar dinheiro público para promover um festival de música gospel. Por que os evangélicos são assim privilegiados em detrimento de outros cultos? Católicos, umbandistas, espíritas e budistas também deveriam ganhar seu festival musical se vivemos realmente num Estado laico. Vamos arguir o responsável pelo evento na forma da Lei.
Grego
O prefeito Veneziano já anunciou: vai deixar para seu sucessor assinar o aumento das passagens de coletivos em Campina.
Um presente de grego logo no início da gestão.
Falha
Agra sairia da prefeitura com um currículo brilhante e aprovação total. Mas esqueceu da promessa de pagar o 14º salário aos professores mais aplicados.
Dessa maneira sai com descrédito dentro da categoria.

Pressão
Diminui a pressão oposicionista na Assembleia com a saída de Guilherme Almeida para ocupar a pasta da Agricultura em Campina Grande.
Coutinho fica devendo esse favor a Romero Rodrigues.

Traição
Cartaxo vai carregar para sempre o fantasma do não aproveitamento da secretária Roseana Meira.
Ela confidenciou a amigos próximos que a traição de Luciano doeu mais que a de Coutinho.

Eleições
As eleições não acabaram na Paraíba. A cidade de Esperança vai realizar novo pleito.
Tanto o prefeito eleito como seu vice foram barrados pelo TSE.

Mimado
Pelo que dizem os comentaristas políticos locais, o ministro Aguinaldo Almeida é o menino de ouro da presidente Dilma.
Estaria sendo cotado, inclusive, para ministério mais importante.
Frases…

Infernal – Se é pra ir pro inferno, é melhor vender a alma. Pelo menos se ganha algum.
Verdadeiro – A verdade só deve ser usada em ocasiões extremas.
Democracia – A morte é absolutamente democrática.