Bruno Filho
Não sou estudioso sobre a matéria que versa sobre a sêca, mas a cada dia procuro estudar o assunto, para poder entender como esse problema ainda persiste depois de mais de 100 anos, já que temos notícia que D.Pedro II chorou ao conhecer de perto o flagelo.
Neste período, desde a Monarquia, foram dezenas de Governantes, milhares de legisladores, e nada foi feito. O clima continua o mesmo, o Nordeste está no mesmo lugar e a sede continua. É inacreditável, não consigo entender essa falta de vontade política de resolver, sempre escorado em interesses escusos.
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Li que em Israel, 80% da água potável vem do Mar, e em algumas cidades chega a 100%. Em quase todo o Oriente Médio funciona dessa maneira. Nos Estados Unidos, Costa Leste, especificamente Miami, a mesma coisa, plantações de vegetais especiais que ajudam na famosa e esquecida pelos brasileiros: a dessalinização.
Se lá é possivel por quê não aqui ? Não sei o custo disso e nem quero saber, é um problema do Governo que gastou até aqui quase 10 bilhões de reais com a tal Copa do Mundo. Será que é muito mais caro do que isso ? Não acredito. Mesmo que seja, os recursos devem ser amealhados para resolver definitivamente esta catástrofe.
Se formos esperar a transposição do Rio São Francisco com obras paradas ,muitos de nós não estará mais neste plano quando ficarem parcialmente prontas. Imagino que a distância do famoso “Chico” para os locais afetados seja muito maior que a do Mar que nos banha.
Quase 98% da água do Planêta é salgada, então mãos á obra. Se forem necessárias 1000 usinas vamos construí-las sem medir esforços. Esse número de usinas não vale metade de uma vida, longe disso. Como fazer não sei, o que sei é que temos que fazer e cobrar resultados.
Sobre o título da coluna, lógico que é provocativo de propósito. São locais diferentes e mecanismos diferentes, não tenho dúvida. Mas até esse citado transatlântico que mencionei tem dessalinização dentro dele. Se num navio se faz porque não nas cidades. Acho até mais facil.
Fico envergonhado porque sei que falta compaixão e força de vontade. Se não fosse por esse motivo estariamos todos tranquilos com os nossos irmãos sertanejos. Quanto dinheiro se joga fora com verbas de representação, abonos, gratificações, seja lá que nome se dê a todos esses reais gastos.
Experimente ficar um dia sem beber água. Experimente ficar sem comer, por algumas horas. Só se assim fizermos poderemos concluir o que passam as pessoas nessa situação. Olhe em volta e não veja nada…apenas seus animais mortos e em carcaças. Olhe para dentro de sua casa e veja seus filhos olhando para você…
Os olhos de quem espera que voce possa resolver e voce não pode. Não por sua culpa, mas pela culpa daqueles que se autointitulam seus protetores. O dia passa , a noite chega e continua tudo do mesmo jeito. O que resta é olhar para o céu, implorar por chuva e ela não vem.
Bruno Filho, jornalista e radialista, inconformado com a situação dos irmãos setanejos.
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Twitter: BrunoFComenta
