Retrospectiva: Nomes Que Farão Falta...

Bruno Filho

Obviamente que a morte é um fato concreto e infalível, aliás o único, mas nunca esperado por ninguém. Sempre achamos que não baterá à nossa porta, apenas aparecerá na casa do vizinho, não atinge famosos, é praticamente impossível que ela se acerque daqueles que consideramos imortais.

Sabendo que não é assim, dentro dessa pequena retrospectiva, vou citar nomes de áreas distintas e de âmbito mundial. Começo pela mais recente, a morte de Dona Canô, exemplo de mãe e companheira que durante 105 anos ilustrou e abrilhantou a vida de seus filhos tão queridos pelo povo brasileiro.

Com a mesma idade, até um fato raro no mesmo ano, perdemos Oscar Niemeyer que durante 70 anos foi o “Papa” quando se falava de projetos e construções revolucionárias. Dentre centenas de trabalhos citaremos apenas 2 que já dizem tudo. A obra completa de Brasília e mais recentemente o Sambódromo. Basta !

Os outros dois referem-se a artistas que ajudaram a nos formar desde a adolescência. Primeiro a “Rainha da Televisão Brasileira” Hebe Camargo, uma das únicas que conseguiu trabalhar nas 5 principais redes do Brasil por 62 anos. Talvez, a mulher mais conhecida do Brasil.

Escrevo agora sobre Chico Anysio, completo gênio das artes. Escritor, ator, compositor, cantor, comentarista esportivo, um homem cheio de atributos e bondade no seu coração. Nos melhores momentos trabalhou com inúmeros colegas, os quais, nunca esqueceu.

Nos piores momentos lembrou-se dos mesmos e deu emprego a todos que pôde na sua “Escolinha” famosa aumentando a média de idade do elenco, mas ao mesmo tempo aumentando a média de bondade de seu coração. Nunca deixou de conceder espaço aos mais novos, assim contrabalançava as artes.

Vamos lembrar de alguns que ele acolheu: Grande Otelo, Costinha, Walter Dávila, Brandão Filho, Mario Tupinambá, Antonio Carlos, Roni Cocegas, Rogerio Cardoso… vou chamá-los da maneira que gostamos, pela ordem: “seo” Eustaquio, Mazarito, Baltazar da Rocha, Sandoval Quaresma, Bertoldo Brecha, Joselino Barbacena, Galeão Cumbica e Rolando Lero.

As mulheres com destaque também, vamos citar duas: Zilda Cardoso a “Catifunda” e a inesquecivel Zezé Macedo e sua “Dona Bela”. São centenas. Os mais jovens que lá começaram, como o sensacional Tom Cavalcanti, precisa dizer mais alguma coisa ?.

Na Paraíba, com um só nome pretendo sintetizar a dor que a morte provocou em todos. Vou escrever algumas linhas sobre o poeta Ronaldo Cunha Lima, esse pisciano nascido em Guarabira que fez longa carreira política desde os tempos de vereador em Campina Grande.

Vários cargos e mandatos, inclusive como Governador do Estado e Senador da República. Integrante da Academia Paraibana de Letras, foi autor de inúmeros livros abrangendo vários assuntos sempre com destaque para as poesias e com a autoridade de um verdadeiro artista.

A passagem para o outro lado é subjetiva para quem sente na pele. Cada qual sofre muito mais quando se trata de entes próximos e queridos. De forma nenhuma este colunista quis qualificar ou demonstrar importância maior a quem quer que seja. Apenas resumi em alguns nomes para exemplificar.

Portanto, a todos aqueles que perderam alguém, como por exemplo as famílias que viram seus meninos e meninas ceifados pelas drogas, vai aqui o meu respeito e carinho. Aqueles que choraram seus queridos debaixo de rodas e carrocerias neste asfalto cruel, sentimentos.

Como é algo inexorável, não me adianta suplicar para que ela não compareça em 2013, o que posso pedir é que os governantes e autoridades possam reduzir os meios que nos levam a ela, seja na segurança ou na saúde, e assim os fins serão minimizados. Pelo menos é o que espero e suplico ao Criador.

Bruno Filho, jornalista e radialista, respeita a morte, teme a Deus, e acha que não é o fim.

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