O ex-vereador do Rio Cristiano Girão foi preso na manhã de hoje em São Paulo, numa operação da Polícia Civil do Rio que investiga o envolvimento dele na morte do miliciano André Henrique da Silva Souza, conhecido como Zóio, e da esposa dele, em 2014.
Os policiais também cumpriram mandado contra o policial militar reformado Ronnie Lessa, que já está preso acusado de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018. Também são cumpridos hoje mandados de busca e apreensão em 14 endereços ligados a Girão e a Lessa em São Paulo e no Rio.
Segundo as investigações, Girão é suspeito de ter contratado Ronnie Lessa para matar o miliciano rival e a esposa. Os dois foram mortos dentro de um carro na comunidade da Gardênia Azul, na zona oeste do Rio.
O ex-vereador já foi apontado por chefiar uma milícia que extorquia dinheiro de comerciantes e moradores da Gardênia Azul. Ele foi indiciado pela CPI das Milícias da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).
Girão cumpriu pena após ser condenado a 14 anos e seis meses de prisão por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro em 2009. Segundo a condenação, ele usou a fortuna oriunda dos negócios com a milícia para comprar imóveis na zona oeste carioca entre 2003 e 2007.
Em 2015, passou a ter direito a liberdade condicional, mas foi proibido pela Justiça Federal de ir ao Rio de Janeiro por pelo menos um ano.
Elo com acusado de matar Marielle
No Twitter, o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL) se manifestou sobre a prisão e disse que o crime supostamente cometido por Girão e Lessa mostra que os dois são “parceiro em atividades criminosas”. “Essa descoberta pode audar a entender quem mandou matar Marielle e qual a motivação.”
De acordo com reportagem da revista Veja de 17 de julho, Júlia Lotufo, viúva do miliciano Adriano da Nóbrega — morto em fevereiro de 2020 — apontou que a milícia do Gardênia Azul procurou Nóbrega para discutir um plano para assassinar a vereadora Marielle Franco. Não há informações sobre quem seriam esses interlocutores.
As declarações de Júlia fariam parte de uma discussão para firmar acordo de delação premiada para relaxar suas medidas de prisão.
Fonte: UOL
Créditos: Polêmica Paraíba