De pizza a limpeza de sofá, passando por depilação: empresas dos mais diversos segmentos estão oferecendo desconto para quem tomar a vacina contra a Covid-19. Para especialistas, essas ações podem estimular a vacinação, mas há o problema de que nem todas as faixas já foram contempladas pelo calendário de vacinação.
Algumas promoções são só para quem tiver a segunda dose, como a Domino’s. Às segundas-feiras, o cliente totalmente imunizado leva o dobro ao comprar uma pizza média. Mas é preciso enviar selfie de vacinação por WhatsApp.
Já na rede Pizza Prime, o desconto de 20% pode ser em qualquer dose. Mas uma única vez, e é preciso apresentar o comprovante no balcão da loja. Há opções ainda para adeptos de uma comida mais light: o fast-food Mr. Fit vai conceder desconto de 10% para todos os clientes imunizados.
Na rede de depliação Pello Menos, a ideia veio de uma franqueadora. Ela defendeu que um desconto teria tudo a ver com a linha de posicionamento da marca, que prega o bem-estar da sociedade e, de quebra, ajudaria a retomar as atividades que foram bastante prejudicadas pelas restrições do comércio.
A rede dará desconto de 10% na primeira dose e mais 10% na segunda, a partir de agosto. Os descontos serão válidos para todas as 45 unidades, em São Paulo, Rio e Brasília.
E, até 5 de agosto, a rede de higienização e blindagem de estofados Sofá Novo de Novo dará 15% de desconto nos serviços para quem tomou a primeira ou segunda dose, contanto que mostre o documento de que foi vacinado.
Na CleanNew, a regra é a mesma e o desconto, de 10%. O benefício é válido para todos os serviços de higienização e blindagem de sofás, colchões, poltronas e outros itens da casa e ainda podem ser realizados em veículos como carros, barcos e aeronaves. Não é cumulativa com outros descontos.
Para o especialista em marketing e diretor da Explore, Rafael Nascimento, o timing é bom, especialmente para o engajamento na internet:
“Ajuda a dar visibilidade ao negócio, estimular a vacina e o consumo na loja física, onde a compra por impulso é mais suscetível. Isso é bom, ainda mais em um país bastante negacionista”, pontua.
Já a professora de comportamento do consumidor e branding da ESPM Porto Alegre Liliane Rohde vê riscos:
“É uma manobra arriscada do ponto de vista do marketing, porque pode dar frutos positivos, como ampliar o público, incentivar a vacinação, atrair e relacionar a sua marca à preocupação da saúde e valorização da ciência. Por outro lado, socialmente, é excludente e pode até causar constrangimento porque no Brasil tem uma parcela de jovens de 20 a 30 anos que não se vacinaram porque como houve esse escalonamento e dificuldade.”
Nascimento sugere que as empresas acompanhem os calendários de vacinação e, caso faltem vacinas nas regiões, suspendam as promoções até a retomada.
Fonte: IG
Créditos: IG