A história da elefanta Lady começou a mudar em novembro de 2019, quando foi transferida do Parque Zoobotânico Arruda Câmara, em João Pessoa, para o Santuário de Elefantes Brasil, uma organização não governamental (ONG), no Mato Grosso. A mudança aconteceu após a entidade identificação com a “situação grave” do animal e se prontificar a transferir o animal para o Santuário sem qualquer despesas.
Segundo um laudo produzido por quatro veterinários de outros estados por determinação do Ministério Público Federal, Lady estava com a doença que mais mata elefantes em cativeiro no mundo.
O MPF acompanhou a situação desde o primeiro semestre, quando revelar uma denúncia de maus-tratos. No dia 17 de junho, um elefanta saiu da área de proteção onde vivia, mas no momento não havia público na Bica e ninguém ficou ferido. Dois dias depois, o ministério abriu um inquérito civil para apurar o caso.
No laudo, os veterinários afirmaram que Lady estava em sofrimento e maus-tratos devido à estrutura inadequada, falta de capacitação dos funcionários e negligência veterinária e administrativa. Inclusive, havia uma afirmação de que Lady passava por abuso psicológico na presença do antigo tratador.
Os profissionais apontaram que esses problemas resultaram em uma pododermatite avançada associada à osteíte séptica, uma inflamação grave na pata que pode matar e a Bica não tinha condições para realizar o tratamento.
Antes de chegar na Bica, em 2014, Lady passou quase 40 anos realizando apresentações em circos e percorrendo o país em contêineres. Ela nasceu em cativeiro e era uma das principais características do Circo Europeu Internacional até ser doada à Prefeitura de João Pessoa.
Hoje, Lady está no Santuário de Elefantes, no Mato Grosso, para onde foi transferida após uma determinação da Justiça Federal em 2019.
De acordo com Patricia London, médica veterinária americana especialista em elefantes do Santuário de Elefantes Brasil, a elefanta está se estabelecendo no local e aproveita a vida no local, se curando dos anos que passou no circo e no zoológico. Esse ano, um veterinário que também acompanhou Lady em sua viagem, começou a passar mais tempo com ela.
“Lady é uma elefanta doce e independente que definitivamente tem um lado brincalhão e está tornando mais confiante a cada dia”, explica Patricia London.
A médica veterinária ressalta que Lady está definitivamente mais curiosa e com menos medo dos outros elefantes do que quando chegou no local . Agora ela vai ao recinto vizinho o mais perto que puder para observar outros elefantes quando eles fornecerem seus tratamentos. “E ela gosta de jantar perto dos outros elefantes. Lady também foi vista recentemente compartilhando seu jantar com uma anta reabilitada chamada George, que também mora aqui no santuário ”, conta Patricia.
Ela também explica que nenhum dia é igual no Santuário de Elefantes. Alguns dias, Lady apenas passa o tempo perto do centro de tratamento médico, outros dias ela sente vontade de explorar. O necessário a anos sem receber o tratamento adequado das patas, as dianteiras ainda têm e sempre que obter resultados graves que provavelmente se estendem até os ossos dos patas.
“Apesar da provável dor crônica em que ela apresenta, ela está vivendo uma vida ótima. Suas patas e pernas estão menos inchadas do que no zoológico com o aumento dos exercícios que ela faz todos os dias, sprays tóxicos e medicamentos orais que damos a ela. Ela está tomando dois analgésicos diários diferentes e uma variedade de suplementos naturais para ajudar com a dor, a inflamação e o inchaço das patas ”, explica a médica veterinária.
Após o tratamento, o resto do dia é preenchido com alimentação, caminhava, observação e descanso. Lady faz o que quer, quando quer, tem autonomia para fazer o que o Santuário oferece. Ela adora se cobrir de terra, brincar nas poças de lama, chafurdar e brincar nas lagoas ao redor do santuário. Ela também brinca na chuva e dorme sob as estrelas.
Disputa pela elefanta
A disputa judicial para decisão o destino do elefante que mora na Bica teve início em junho de 2019, quando o Ministério Público Federal (MPF) abriu um inquérito civil para investigar a situação da condição de vida do animal que foi resgatado de um circo.
O procedimento foi aberto depois de denúncias de maus-tratos e após a elefanta derrubar a cerca de proteção e escapar de área protegida na Bica. No final de julho, o laudo entregue ao MPF apontou que a elefanta corria risco de morte, afirmando que o animal estava com a doença que mais mata elefantes em cativeiro no mundo.
Um dia depois, a direção da Bica negou que uma senhora elefanta sofresse maus-tratos. O Santuário de Elefantes do Brasil emite uma nota em outubro sobre a situação da elefanta. Após audiência, ficou um download transmitido.
Fonte: Jornal da Paraíba
Créditos: Jornal da Paraíba