Mesmo com o isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19, no ano passado, na Paraíba, foram feitas 2,3 mil notificações de acidentes de trabalho, uma média de seis por dia.
Desse total, 14 delas resultou em morte. Os números dessas vítimas foram divulgados nesta terça-feira (27) pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), em alusão ao Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho.
Os dados estão no Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, ferramenta do MPT e da OIT para monitorar os casos, ao menos, relacionados a empregos formais. Ou seja, o número, se fosse computado os informais, pode ser ainda maior.
Outro dado alarmante é que um trabalhador morre a cada três horas, vítima de acidente de trabalho. No país, foram 446 mil acidentes laborais, somente no ano passado.
Profissionais
As ‘atividades de atendimento hospitalar’ lideram o ranking dos setores econômicos com mais notificações de acidentes de trabalho em 2020. Na Paraíba, foram 258 casos notificados, o que corresponde a 13% do total. Nessa área, os técnicos de enfermagem, lideram com 151 notificações (ou 8% dos casos), seguido dos enfermeiro (40).
Em segundo lugar, aparece os trabalhadores de fabricação de calçados (94 notificações ou 5%), depois comércio varejista em geral com destaque para os supermercados (76 casos ou 4%).
O ranking segue com fabricação de álcool (66 casos ou 3%), construção de edifícios (3%), atividades de apoio à gestão de saúde (2%), atividades de Correios (2%), restaurantes e outros estabelecimentos (2%), administração pública em geral (2%), bancos (2%), atividades de teleatendimento (2%).
Entre as lesões mais frequentes, estão: fraturas (22%), corte, laceração e ferida contusa (16%), contusão, esmagamento (13%), escoriações, ferimentos (8%), entre outras.
Ação em cooperativas
Em atenção ao problema, o MPT realiza ao longo desta semana atividades. Até a sexta-feira (30), em Campina Grande, está sendo realizada a Semana de Prevenção de Acidentes de Trabalho. A ação deve beneficiar cerca de 80 trabalhadores que atuam em cinco cooperativas de materiais recicláveis no município.
Na pauta do evento, roda de conversas e distribuição de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), além de palestras sobre mental e a importância de a categoria redobrar os cuidados com a prevenção, principalmente neste momento de pandemia da Covid-19.
Segundo a coordenadora do Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador de Campina Grande (Cerest-CG), Anna Karla Souto Maior, os trabalhadores de materiais recicláveis foram escolhidos para esta ação por ser uma categoria que está exposta, diariamente, aos riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes em todas as etapas de seu trabalho.
Fonte: Jornal da Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba