Olimpíada de Tóquio

Amor de pai e orgulho da OMS: por que Lucão, do Vôlei, joga de máscara

A cena acontece com frequência nos jogos do Taubaté, pela Superliga Brasileira de Vôlei, e deve se repetir durante os Jogos Olímpicos de Tóquio: depois de um rali, aqueles pontos em que a bola demora de cair, Lucão se afasta um pouco de seus companheiros que estão comemorando o pontinho suado, abaixa a máscara, e respira fundo.

Durante a madrugada, quando o Brasil venceu na estreia em Tóquio, a dupla chamou atenção justamente por esse uso da máscara enquanto a bola rola no ginásio em Tóquio. Lucão toma essa medida em nome do filho, Théo, que tem quatro anos. Em entrevista, o brasileiro afirmou que também tenta se afastar ao máximo da contaminação.

“A ideia é evitar ao máximo ter de me afastar por causa da contaminação. O segundo motivo é que eu tenho um filho pequeno. Ele tem alguns problemas como bronquite, e a grande preocupação, claro, é o risco de contaminá-lo”, disse Lucão em entrevista ao Estadão.

Colega de time, o ponteiro Maurício segue na mesma linha. Maurício, que está conhecido como ‘Georges’, apelido dado por Douglas Souza. Ele foi outro a atuar com a máscara durante o jogo de estreia do Brasil na Olimpíada de Tóquio. A seleção masculina não fez o seu jogo mais seguro, mas conseguiu vencer por 3 sets a 0 mesmo enfrentando dificuldades durante a partida.

Diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia, Antônio Bandeira avalia como positivo o uso de máscara durante as partidas de voleibol. O especialista explica que mesmo o vôlei não sendo um esporte de contato direto com os adversários, existe a proximidade com eles e os próprios colegas de equipe.

“As pessoas tendem a festejar o ponto também. Pode usar uma máscara cirúrgica, que é uma máscara tranquila de ser usada. Mas eu a trocaria a cada hora. Porque suando, essa máscara acaba dificultando. Ela vai ficando molhada”, explicou o infectologista.

A cena da máscara em quadra deve se repetir ainda neste final de semana quando a levantadora brasileira Macris atuar. Em entrevista dada à Federação Internacional de Vôlei (Fivb), a atleta do Minas disse que a máscara não a atrapalha, tampouco incomoda quando está em quadra e acredita que seu gesto é uma maneira de inspirar as pessoas a continuarem usando a máscara aqui no Brasil, do outro lado do mundo.

Fonte: Correio 24h
Créditos: Polêmica Paraíba