Nome frequente na CPI

Ex-atriz pornô, Mia Khalifa responde Randolfe: "Vocês estão em crise... Estou a caminho"

Senador comentou sobre reunião de Pazuello com importadores de produtos eróticos

Em meio as oitivas da CPI no Senado, uma personagem inusitada ganhou os holofotes no Brasil: a ex-atriz pornô Mia Khalifa. No domingo (18) foi a vez dela voltar a comentar o tema nas redes sociais. Mia respondeu a uma publicação do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) em que ele ironiza o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Na publicação, o senador cita a atriz libanesa.

“Em vez de negociar com o Butantan, Pazuello foi negociar a Coronavac com uma empresa de importação de produtos eróticos… Corre aqui Mia Khalifa! Acho que estavam te usando de cortina de fumaça!”, escreveu Randolfe em seu perfil do Twitter. Khalifa respondeu: “Vocês estão em crise… estou a caminho”.

Após o comentário de Mia, o senador ainda respondeu: “We are waiting for you!” (Nós estamos esperando você).

O envolvimento do nome de Mia no contexto da CPI surgiu depois que o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) abordou uma pesquisa publicada na revista científica The Lancet que passou por retratação após falta de dados. Quando o parlamentar comenta o assunto, ele reforça a versão de que tal pesquisa teria sido encomendada por uma empresa chamada Surgisphere, onde trabalharia, segundo ele, uma atriz pornô.

Internautas então se lembraram dos boatos que continham a imagem da Mia Khalifa e um texto apresentando-a como uma cientista. Embora Heinze não tenha se referido à Mia especificamente, por não ter dito a identidade da suposta atriz pornô da Surgisphere, o meme da Mia já havia viralizado.

Randolfe, inclusive, já ironizou em seu Twitter que do jeito que caminha a comissão, daqui a pouco até mesmo a Mia seria convocada para depor. Quanto ao caso lembrado por Heinze, a atriz foi identificada por sites de notícia estrangeiros como Ariane Anderson, do setor de Marketing. Durante uma sessão, Heinze aproveitou para esclarecer que não conhece Mia Khalifa.

A libanesa, desde então, comenta a situação política e sanitária do Brasil pelas redes sociais.

Já a reunião ao qual Randolfe fez referência foi a de Pazuello com um grupo de empresários em seu gabinete em março. Um vídeo obtido pela CPI no Senado mostra o encontro. Segundo o jornal O Globo, a importadora que os empresários representam, a World Bands, tem permissão para importar 76 categorias de produtos, incluindo “itens de sex-shop”. A empresa, no entanto, não tem permissão para importar vacinas.

Na reunião, o então ministro da Saúde negociou a possibilidade de comprar 30 milhões de doses da CoronaVac sem envolvimento do Butantan. Segundo o jornal Folha de São Paulo, cada dose do imunizante sairia por US$ 28, com depósito de metade do valor total até 2 dias depois da assinatura do contrato.

Naquele momento, o Governo Federal já tinha um acordo com o laboratório em São Paulo (SP) para o fornecimento de até 100 milhões de unidades da vacina desenvolvida pela chinesa SinoVac. No acordo com o Butantan, cada dose custou US$ 10, quase 2/3 a menos que a suposta oferta feita pelos empresários em março.

Em nota publicada no domingo (18), a SinoVac afirma que o Butantan é seu único parceiro no país. “No Brasil, somente o Instituto Butantan, nosso parceiro exclusivo, pode adquirir a CoronaVac. Temos trabalhado duro com o Instituto Butantan para fornecer vacinas acessíveis ao povo brasileiro”.

Pazuello nega que tenha negociado a aquisição de vacinas com o grupo de empresários presente no vídeo. “Enquanto estive como Ministro da Saúde, em momento algum negociei aquisição de vacinas com empresários, fato que já foi reiteradamente informado na CPI da Pandemia e Outras Instâncias Judiciantes”.

Fonte: Poder360 e O Globo
Créditos: Polêmica Paraíba