Rubens Nóbrega

Não vou contar pra vocês como se dança o baião, mas como se caça e se mata uma onça. Antes, saibam que essa é a história de maior sucesso de público e crítica em cartaz nos bastidores da Assembleia.

Na versão que me foi repassada ontem, tudo começa quando um deputado chega pro outro, pergunta como faz pra caçar uma onça e do colega recebe a seguinte resposta:

– É preciso, primeiro, um caçador com ótima montaria, excelente pontaria e uma matilha experiente no ofício, uma matilha de pelo menos vinte cães. Reunidos tais elementos, resta ir pro mato e deixar que os cachorros localizem, cerquem a onça e, com aquela latomia que eles fazem, botem a bicha pra correr. Na corrida, com certeza a onça vai conseguir matar uns dois ou três cachorros no tapa, mas vai continuar fugindo, até chegar a hora em que ela vai cansar…

Antes de prosseguir, o deputado contador da história faz uma pausa de suspense para aumentar a curiosidade e a ansiedade do interlocutor, que não se aguenta.

– Sim, e daí? O que acontece quando ela cansa? Conta logo! – insiste o curioso em tom impaciente, obtendo a satisfação pretendida com o seguinte complemento:

– Bem, uma vez cansada, a onça sobe na primeira árvore que encontra pelo caminho e fica lá, trepada. Não desce nem a pau, porque não tem mais pernas nem paciência para apostar nova carreira com os cachorros, que ficam embaixo da árvore, pulando e latindo sem parar. Cercada, acuada e esgotada, a onça vira presa fácil para o caçador, que chega montado em seu cavalo, faz mira, atira e derruba o bicho…

Só de ruim, o narrador faz nova pausa para deixar a sua ‘vítima’ ainda mais ansiosa ou irritada com o joguinho. Tanto que o deputado ouvinte não se contém e pede ligeirinho o final da história:

– ‘Home’, deixa de sacanagem e me conta de uma vez o que ocorre quando a onça desaba lá de cima e cai no chão, mortinha da Silva!

– Aí, amigo, quando a onça cai no chão… A cachorrada faz a festa! – arremata o deputado caçador, quer dizer, contador.

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Depois de ler essa história, aposto como você ficou, tanto quanto o colunista, muito curioso para saber o seguinte: tirando pelo que está rolando na Paraíba, atualmente, quem seriam a onça, o caçador e os cães?

Como diriam os colunistas de antigamente, cartas para a Assembleia, Setor de Contação de Histórias.
‘Deputados golpistas’

Quem chama assim é o leitor Sérgio Murilo, de Campina Grande, autor da defesa do governador Ricardo Coutinho que publico a seguir.

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Lamentável o comportamento dos deputados golpistas que querem extorquir o governo Ricardo Coutinho desde a posse. Ricardo parece sofrer a síndrome de Tarcísio Burity, que era uma pessoa de bem, Doutor em Direito, Professor da UFPB e, assim como o atual governador, um homem de sorriso difícil, que não admitia certas práticas corporativas e acabou melancolicamente o seu governo.

Esses deputados deveriam honrar os mandatos que lhes foram dados pelos eleitores que acreditaram em suas promessas. Ricardo Coutinho não faz acordos com este tipo de político, acostumado a pedir e a receber 500, 300 ou 200 cargos para distribuir com parentes e afilhados. E muitos desses funcionários não sabiam sequer o endereço das repartições onde deveriam trabalhar.

Temos hoje na Paraíba um governo sério e os paraibanos começam a perceber o quanto este governo trabalha em benefício da maioria. Basta ver as estradas que estão sendo construídas, tirando do isolamento populações esquecidas por vários governos. Sabemos que o dinheiro das estradas foi conseguido pelo governo Cássio e destravado no Maranhão III, mas isso não tira o mérito do atual governo.

Outro exemplo: o Centro de Convenções de João Pessoa e a adutora que garantirá água aos pessoenses nos próximos trinta anos, obra esta começada no Cássio II e continuada no Maranhão III. Temos obras de saneamento por toda a Paraíba, entrega de casas em Campina Grande com a retomada dos conjuntos da Cehap, entre os quais o Ronaldo Cunha Lima, concluído neste governo, que também realiza um antigo sonho dos campinenses com a abertura da Avenida Almeida Barreto.

Temos ainda concursos públicos para professores, Detran, Codata, técnico-administrativos etc., reforma em vários colégios estaduais e dinheiro em caixa para contrapartida das obras do Pac. Enfim, temos um governo que trabalha e incomoda muita gente que não mais se beneficia da roubalheira de governos passados.

Vá em frente, Ricardo! Deus é justo e no final a população, que não é besta, lhe concederá outro mandato para continuar esse belo trabalho e com certeza derrotar os insatisfeitos com o bem da Paraíba.
O fim do mundo

Segundo o filósofo e jornalista Petrônio Souto, “o mundo já tem data certa para acabar: será no dia em que o PIB da Terra não for suficiente para remunerar o capital especulativo”.