O Brasil completou seis meses de campanha de vacinação contra a Covid-19. Ao todo, 41,5% da população recebeu a primeira dose e 15,73% recebeu o esquema vacinal completo. Um dos problemas identificados ao longo deste semestre foi a recusa de algumas pessoas em tomar imunizantes fabricados por determinados laboratórios. Em alguns casos, estas pessoas preferiam deixar de receber a proteção ou procuravam outro posto de saúde. Os chamados ‘sommeliers de vacina’.
Em entrevista à CNN, a infectologista Luana Araújo disse que quem ainda tem este comportamento precisa se informar melhor sobre a vacinação e entender como está a pandemia no país.
“Ser sommelier de vacina significa que você ainda não entendeu nada sobre como vacina funciona. Todas as que a gente têm são exatamente equivalentes na sua eficácia na prevenção de doença moderada, grave, hospitalização e óbito”, afirma.
De acordo com uma pesquisa da Confederação Nacional de Municípios (CMN), 75% das cidades brasileiras registram casos de pessoas que querem escolher a marca do imunizante. Em São Paulo, a Câmara Municipal aprovou um projeto de lei que joga para o fim da fila os ‘sommeliers’.
“Se você está escolhendo vacina, volta algumas casinhas, entende de novo como é que vacina funciona, saiba de novo quais são os números que a gente tem e aí depois volta lá para a sua fila e toma a sua vacina”, orienta a médica.
Apesar do número de casos, internações e mortes estarem diminuindo, a variante Delta, que teve origem na Índia, vem se espalhando cada vez mais rápido pelo país. Na avaliação de Luana Araújo, apesar do Brasil ter confirmado 27 casos, é possível que este número seja bem maior na realidade. “A gente sabe que isso é extremamente subnotificado”, pontua.
“Acho que essa proporção vai ser maior a cada semana, e se a gente não correr com esta vacinação, a gente pode enfrentar uma situação bastante delicada”, prevê a infectologista.
Luana explica que a queda na mortalidade pela Covid-19 no país tem a ver com uma menor pressão no sistema de saúde. “A gente consegue mobilizar nossos sistema e recursos humanos para aqueles casos que de fato conseguem ser tratados.”
No entanto, a Delta coloca em risco esta situação. Por isso, Luana destaca que “não é só vacinar, é vacinar rápido e construir cinturões de proteção.”
“Se a gente voltar a ter uma pressão maior, remobilizar isso tudo é sempre mais difícil. Então, é preciso que a gente não só vacine, mas vacine muito rápido”, diz Luana, que chegou a ser indicada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a exercer o cargo de secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19.
Fonte: CNN Brasil
Créditos: CNN Brasil