Parece um paradoxo, mas o fato que mais repercutiu neste final de semana foi o “não” do Partido dos Trabalhadores (PT) à filiação do ex-governador Ricardo Coutinho.
É mais um momento frustrante para um dos maiores protagonistas da história recente da política paraibana e quiçá do Brasil, que infelizmente por suas más escolhas passou a ser um dos vilões acusado de comandar um grade esquema de corrupção no Estado, e assim, dia após dia, a sua carreira sucumbe mesmo ainda tendo um eleitorado fiel.
Será que essas rejeições ao ex-governador paraibano significam um “Game Over” (fim de jogo) nas suas pretensões políticas ou apenas um tempo para o “Play Again” (jogar novamente)? Mesmo enfrentando todas essas adversidades, Ricardo Coutinho parte para seu epílogo político dentro da estrutura que lhe resta, ou seja, tentar uma reaproximação com o presidenciável e indócil Ciro Gomes (PDT).
E neste sentido, já começou a se articular nos bastidores com alguns membros do Partido Democratico Trabalhista (PDT) capitaneado pela vice-governadora Lígia Feliciano e seu esposo, o deputado federal Dr. Damião Feliciano. Além disso, Ricardo tenta um estreitamento político com o ex-prefeito Luciano Cartaxo que vem fazendo uma oposição ostensiva contra o Governo do Estado.
A verdade é que essa agonizante insistência do ex-governador Ricardo Coutinho em querer montar um palanque político sob seu comando é uma tentativa desenfreada de se manter vivo politicamente e tentar se salvar a todo custo de vários processos judiciais que ele vem enfrentando, e caso consiga se reerguer politicamente, aumentará seu poder de barganha.
Outro ponto a ser considerado dentro dessas movimentações de Ricardo Coutinho é a intenção de fazer uma oposição hostil ao seu candidato a governador em 2018, e hoje, adversário político, João Azevedo, pois uma oposição nesse caso favoreceria substancialmente o grupo oposicionista que, mesmo silencioso e às vezes omisso, encontraria no ex-governador uma arma da rebeldia, que com suas mágoas e rancores poderia vir com discursos arrebatadores contra as hostes palacianas.
Resta saber se ele, Ricardo, com todas as complicações já existentes contra si, ainda teria a coragem e a ousadia de fazer um enfrentamento com todo aparato governamental, embora saibamos que a preço de hoje, João e Ricardo são como água e óleo, não se unem.
Por fim, vemos que, com a rejeição do PT e sem o apoio do seu próprio partido – Partido Socialista Brasileiro (PSB) – que é comandado pelo deputado federal Gervásio Maia, e que já é dado como certo se unir ao agrupamento político do governador João Azevêdo, só resta ao ex-governador Ricardo Coutinho a esperança de união com o pré-candidato a presidente da República Ciro Gomes, mantendo assim a sua coerência ideológica, onde teria, caso possa ser candidato, uma chance mesmo que utópica de ocupar uma vaga na Câmara dos Deputados.
Sem dúvidas, esta será a última cartada de Ricardo Coutinho, mas se der tudo errado na execução do planejado, será decretado seu “Game Over” político na Paraíba e no Brasil, e terá que aceitar de forma humilhante as penalidades que poderá sofrer. Um triste fim de uma trajetória marcada pela perspectiva de sucesso que desmoronou pela falta de ética na política. Lamentável.
Vamos aguardar as emoções das eleições de 2022 que virão com uma formatação de muitas denúncias de todos os lados. Vai pegar fogo. Quem viver verá.
Fonte: Gildo Araújo
Créditos: Gildo Araújo