Bruno Filho
Nessa época de final de ano surgem partidas amistosas de futebol nos 4 cantos do Brasil e em alguns lugares do Mundo. Jogadores em atividade, ex-jogadores, cantores, artistas, “aproveitadores” todos reunidos teoricamente em nome de ajudar o próximo com arrecadação de alimentos não-perecíveis.
Sinceramente… alguém já viu esses alimentos ? Ou sabe para que local foram enviados ? A imprensa faz a cobertura das partidas, mas as câmeras não tem o cuidado de mostrar imagens das bilheterias com a chegada dos torcedores. Claro que em alguns eventos é feita uma troca de “alimento-ingresso”, com antecipação.
Não quero insinuar que seja algum tipo de falcatrua, longe disso. O que deixo claro é que não se trata de algo bem elaborado. Alguns jogadores em questão tem muito dinheiro e na verdade contribuem com associações carentes.Conheço alguns que fazem isso o ano inteiro. Não precisam da televisão para tal.
Fico preocupado é se não existe uma “indústria” por trás desses espetáculos, aliada à televisão que por sua vêz precisa completar grade de programação e sente a escassez de eventos. São amistosos de última hora, e os jogadores nem sabem do que se trata. Vão apenas para ceder seus nomes e suas “estampas”.
Além disso, mesmo com o caráter de festa, acontecem verdadeiras pantomimas. Tem alguns que jogam travestidos de Papai Noel, outros fazem malabarismos, muitos comparecem por estarem longe da mídia. O público não quer só ver esse tipo de coisa. Não seriam obrigados a ser extremamente sérios, afinal estão de férias, mas…
Pode não valer os 3 pontos, não fazer parte de nenhuma disputa, contudo é futebol e não dá para brincar tanto. O goleiro ,por exemplo, tem que jogar sério, sob pena de ser achincalhado.O árbitro tem que marcar as faltas e os assistentes anotar impedimentos. Ao contrário, não é futebol.
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É uma pseudo-imitação de “Jogo das Estrelas” da NBA, mas não estão conseguindo fazê-la,portanto a presença de grande público é quase rara. Ressalvando o valor moral da ajuda, os moldes teriam que ser mudados em minha opinião. Há possibilidade que aconteça, falta planejamento.
Alguns tem uma conotação séria, como o organizado por Zico há muitos anos. O prórpio “Galinho” não é adepto de muita zombaria, e outro o organizado pela Unicef e que reune Ronaldo Fenômeno e Zidane. Tanto que esses dois atraem grande público e apresentam realmente estrelas de nível mundial.
Já se apresentaram no Camp Nou, no Santiago Bernabéu, no Olímpico de Roma e atrairam público de até 80 mil pessoas. Assim vale a pena. O Brasil deveria fazer o mesmo. Nem que fosse apenas 1 jogo, mas que fosse realmente especial. Como acontece na Liga do Basquete Americano.
É uma crítica construtiva. Apenas no intuito de ajudar a melhorar. Aliás, teremos uma partida na Paraíba, reunindo nossas maiores estrelas como Hulk, Marcelinho Paraíba e Durval. Espero que possam arrecadar muito, e mesmo que não arrecadem ajudem de alguma forma e tratem o evento de forma séria.
Melhor fazer do que não fazer. Todavia se possível, o melhor é fazer de uma forma mais sensata, eliminar a presença dos “Palhaços da Bola” e qualificar o nível. Afinal de contas , antes de tudo, o assunto é palpitante e deveria ser tratado dessa forma por todos que fazem parte ou se auto-incluem no mesmo.
Bruno Filho, jornalista e radialista, apoia o que é bom, mas gosta de qualidade e não quantidade.
