A Prefeitura de Tóquio e o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos decidiram adotar uma série de medidas restritivas na tentativa de conter a expansão das infecções pelo novo coronavírus na cidade. A primeira consequência foi retirar o revezamento da tocha olímpica das ruas de Tóquio. Haverá normas mais rigorosas também na cerimônia de abertura, marcada para o próximo dia 23 de julho, e em competições de rua, como a maratona e a marcha.
O revezamento da tocha foi retirado das vias públicas por praticamente todo o período de duas semanas em que o símbolo olímpico ficará em Tóquio. Apenas pequenas ilhas terão permissão de presença de público. Como forma de celebrar a chegada da chama à cidade, haverá uma cerimônia na sexta-feira (9).
Nesta terça (6), Tóquio registrou média móvel de 586 novos casos diários. Foi o 17º dia seguido em que a média móvel de infectados aumentou. Em todo o Japão, a pandemia já infectou 808 mil e matou 14.812 pessoas. Os dados são da Universidade Johns Hopkins.
A vacinação, por outro lado, foi acelerada nos últimos dias. Segundo o site Our World in Data, estão totalmente imunizados 14,5% dos japoneses. Outros 25,8% receberam ao menos a primeira dose. Como comparação, o Brasil está com 13,2% da população imunizada, com 37,4% já tendo recebido a dose inicial.
Tradicionalmente, desde sua implantação, nos Jogos de Berlim, em 1936, o revezamento da tocha olímpica serve como celebração para a expectativa do início das competições. Em Tóquio-2020, o clima foi diferente. A chama olímpica chegou ao país no final de março, em Fukushima (nordeste do Japão). Inicialmente, haveria 10 mil condutores espalhados por 47 cidades do país.
No entanto, apesar da tentativa do governo de limitar as aglomerações durante a passagem da tocha, houve multidões acompanhando o evento, aumentando o risco de infecções em um momento em que a pandemia ainda não está totalmente controlada no Japão.
Outras medidas podem ser adotadas pelo governo japonês. Segundo o diário Asahi Shimbun, a cerimônia de abertura pode ser restringida a autoridades, membros do COI (Comitê Olímpico Internacional), patrocinadores e convidados. A decisão sobre a presença de público em geral será tomada até quinta-feira (8), em reunião entre o governo federal, a prefeitura e o comitê organizador.
Por enquanto, a regra estabelecida é que os eventos olímpicos terão a presença de 10 mil torcedores ou 50% da capacidade do estádio (o que for menor). Fãs estrangeiros já estão impedidos de assistir às competições. Essa decisão tinha sido tomada quando o estado de emergência foi suspenso no mês passado. Agora, é possível que a restrição seja ainda mais pesada.
Outra preocupação são as provas de rua, como a maratona e a marcha atlética. Por serem gratuitas, normalmente atraem multidões para acompanhar os competidores. Por isso, os organizadores pedem que o público fique longe desses eventos, que ocorrerão em Sapporo. A cidade, capital da ilha de Hokkaido, no norte do Japão, permanece em estado de emergência por causa do novo coronavírus.
Nesta terça-feira, houve reunião entre os dirigentes, o governo local e a polícia para discutir o assunto. “No encontro, chegou-se ao acordo de que, tendo em vista a atual situação da Covid-19, será necessário reduzir o risco de infecção restringindo o público. Decidiu-se, portanto, pedir ao público que não assista ao longo do percurso”, afirmou o comunicado.
Para conquistar a adesão dos japoneses, os organizadores têm repetido como mantra que os Jogos Olímpicos serão realizados de forma “segura e protegida”. Os casos de infecções entre atletas e comissões técnicas que estão chegando a Tóquio ligaram o sinal de alerta na população.
O último caso se deu no último domingo (4), quando o remador Milos Vasic, da Sérvia, teve detectada Covid-19 ao desembarcar no Japão. Com esses casos entre estrangeiros e o aumento de infecções, cresce o temor de que o evento ajude a aumentar o número de infectados. Já houve manifestações em Tóquio pedindo o cancelamento da Olimpíada.
Fonte: POLÊMICA PARAÍBA
Créditos: noticia ao minuto