O empresário Carlos Wizard chegou ao Senado Federal na manhã de hoje segurando um cartaz com um versículo bíblico antes do depoimento que prestará na CPI da Covid.
O cartaz tinha escrito a identificação “Isaias 41:10”, que diz: “Por isso não tema, pois estou com você; não tenha medo, pois sou o seu Deus.
Eu o fortalecerei e o ajudarei; eu o segurarei com a minha mão direita vitoriosa”
Wizard atuou como colaborador informal do Ministério da Saúde durante a pandemia e é investigado como membro do chamado “gabinete paralelo” de aconselhamento ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O depoimento é um dos mais aguardados pelos parlamentares, tanto da oposição quanto da base do governo.
O “gabinete paralelo” é, até o momento, prioridade entre as linhas de investigação em curso na comissão. Na avaliação da cúpula da CPI, esse grupo, sem vínculo formal com o Ministério da Saúde, influenciou a tomada de decisões do Palácio do Planalto na condução da pandemia, como incentivo à cloroquina e a defesa da tese de imunização de rebanho — na contramão do que dizem estudos científicos e autoridades da saúde.
Inicialmente, o depoimento de Wizard foi agendado para o dia 17 de junho, mas ele afirmou que estava nos Estados Unidos e não compareceu. Em razão da ausência, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), solicitou a retenção do passaporte do empresário bilionário. Wizard entregou o documento à Polícia Federal ao chegar ao Brasil e nos últimos dias vinha mantendo conversas reservadas com os parlamentares para acertar a data da audiência.
Como é Wizard obrigado a prestar depoimento, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luis Roberto Barroso chegou a autorizar, a pedido da CPI, a condução coercitiva do empresário. A decisão, no entanto, foi revogada.
Nas redes sociais, Wizard se justificou e afirmou que estava desde março em Utah (EUA) visitando os pais. Depois, dirigiu-se à Flórida, para acompanhar a filha grávida. “Agradeço à manifestação de apoio e carinho dos amigos. Estou com a consciência em paz”, publicou.
Fonte: UOL
Créditos: Polêmica Paraíba