Os organizadores do GP São Paulo de Fórmula 1 pretendem começar, nesta sexta-feira (18), a vender os ingressos para a corrida, marcada para o dia 7 de novembro. O plano é fazer da prova no circuito de Interlagos o primeiro grande evento com público no estado desde março de 2020, quando a pandemia de Covid-19 interrompeu os eventos esportivos, posteriormente retomados sem espectadores.
No primeiro dia de comercialização, as entradas serão oferecidas para um público que consta em uma base de dados dos promotores, formada pelos frequentadores mais assíduos do GP.
Também na sexta, por meio do site, o público geral poderá se cadastrar para ter acesso ao segundo lote de bilhetes, que será vendido a partir de terça-feira (22). No dia 25, os ingressos que restarem desse lote ficarão disponíveis no site. A carga total e os valores não foram informados.
A empresa que organizará a corrida espera ter um público de cerca de 40 mil pessoas em cada um dos três dias do fim de semana da etapa. O autódromo de Interlagos tem capacidade para 70 mil espectadores.
No ano passado, o Brasil ficou fora do calendário da F1 por causa da pandemia do novo coronavírus. Em 2019, somando os três dias de corrida, Interlagos recebeu 158.213 torcedores.
A realização do GP deste ano, com a presença de público, leva em conta o atual ritmo de vacinação contra a Covid-19 em São Paulo.
Assim como nos países em que a F1 teve a presença de torcida ao longo desta temporada, será exigida dos torcedores a apresentação de um documento que comprove a aplicação das duas doses da vacina.
No último dia 13, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que até 15 de setembro todos os residentes do estado deverão ter recebido pelo menos a primeira dose do imunizante.
Até esta quarta (16), 20,2 milhões de doses de vacinas foram aplicadas no estado, sendo 14,3 milhões da primeira dose e 5,9 milhões da segunda, de acordo com balanço da Secretaria Estadual de Saúde.
“A F1 será um símbolo da retomada dos grandes eventos. Não tem por que não ser. É um setor que tem demonstrado ao redor do mundo que tem toda a condição de operar com segurança”, disse à Folha o novo promotor da corrida, Alan Adler.
Apesar do otimismo do executivo, nem tudo tem corrido de acordo com o planejado na F1. Recentemente, o GP da Turquia, marcado inicialmente para o dia 16 de junho, teve de ser cancelado em consequência da pandemia.
O cancelamento foi decidido por causa das regras do Reino Unido para conter a disseminação da Covid-19. Lá, há menos restrições para quem viaja para países da lista verde e mais para quem embarca a destinos da lista vermelha. A Turquia está neste momento na lista vermelha, da qual faz parte o Brasil desde que o sistema foi implementado, em janeiro.
Viagens a esses países só são permitidas em casos de extrema necessidade. Na volta, todas as pessoas têm de ficar por dez dias em isolamento em hotéis escolhidos pelo governo britânico. Como a maioria das equipes tem suas fábricas no Reino Unido, esse período teria um impacto no calendário da F1.
A Liberty Media, grupo que controla a principal categoria do automobilismo mundial, já tem um plano B se o Brasil não puder sediar uma etapa. Segundo a revista alemã Auto Motor und Sport, Estados Unidos e Qatar poderão abrigar a prova.
Depois do GP na capital paulista, a categoria terá quatro corridas. Estão no calendário as provas na Austrália, em 21 de novembro, na Arábia Saudita, em 5 de dezembro, e nos Emirados Árabes Unidos, em 12 de dezembro.
A etapa deste ano será a primeira sob o novo contrato da F1 com a cidade de São Paulo. A prefeitura vai pagar R$ 100 milhões pelos próximos cinco anos para a empresa que promoverá o GP.
Conforme publicado no Diário Oficial do município, o valor, dividido em cinco parcelas anuais de R$ 20 milhões, será pago à MC Brazil Motorsport Holding Ltda, contratada com o objetivo de realizar o evento.
A prefeitura não especificou se o montante está relacionado a investimentos na estrutura do autódromo, a custos da realização da corrida ou ainda a uma taxa que precisa ser paga à F1 pelos direitos da prova —da qual a capital paulista era isenta no contrato anterior.
Ao anunciar o contrato, Doria fez referências indiretas à concorrência do Rio de Janeiro para receber o GP a partir deste ano e ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), seu rival político, que defendia a prova em território carioca.
Também foi Bolsonaro quem aceitou trazer recentemente a Copa América para o Brasil, após a desistência de Argentina e Colômbia, que dividiriam o torneio de acordo com a programação original.
A competição, iniciada no dia 13 e com sua decisão marcada para 10 de julho, está sendo disputada em quatro cidades (Rio de Janeiro, Goiânia, Cuiabá e Brasília), sem a presença de público.
Fonte: Folha de SP
Créditos: Polêmica Paraíba