O paraibano Tércio Thomaz, apontado como líder do chamado “Gabinete do Ódio” e assessor especial do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), admitiu em depoimento à Polícia Federal (PF) que dois de seus assessores tinham atuação direta junto à Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom).
A PF ouviu o paraibano no inquérito que investiga os atos antidemocráticos realizados no Brasil ano passado. As declarações de Tércio negam o que disse o ex-titular da Secom, Fábio Wajngarten, em depoimento na CPI da Pandemia, de que Tércio não tinha relação com os trabalhos da Secretaria.
Tércio revelou que o trio, composto por ele, José Matheus e Mateus Diniz trabalham no Palácio do Planalto com foco nas redes sociais, inclusive na gestão de páginas de apoio à família Bolsonaro. Eles alegaram ainda que faziam articulações e intermediavam a comunicação e o diálogo da Secom com a Presidência. O trio foi escolhido pelo vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, filho do presidente.
No depoimento, Thomaz disse que trabalha em “uma sala situada no Palácio do Planalto, 3º andar; que compartilha a sala com José Matheus e com Mateus Diniz”. Segundo o paraibano, José Matheus teria como função “intermediar os assuntos com a Secom, de interesse de comunicação” e Diniz “auxiliar a interligação da Secom com a assessoria pessoal do Presidente da República”.
Depoimento do ex-titular
As declarações vão em desencontro com o que disse o ex-titular da Secom, Fábio Wajngarten, na CPI da Pandemia. Questionado sobre a influência de Thomaz na Secom, Fábio negou qualquer participação.
“O único gabinete que eu conheço é o gabinete da Secretaria Especial de Comunicação. O senhor Tércio nunca fez parte do quadro da Secom. O senhor Tércio nunca participou de decisões estratégicas, seja de qualquer conteúdo que a Secom determinou, veiculou ou planejou. Nenhuma interferência do senhor Tércio”, disse.
“Gabinete do ódio”
Gabinete do ódio foi o nome dado a um grupo de assessores que trabalham no Palácio do Planalto com foco nas redes sociais, na gestão de páginas de apoio à família Bolsonaro, que difundiam fake news e atacavam adversários políticos do presidente. Tércio é considerado o líder do grupo.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba