"The Voice" and "The Turkey"

Bruno Filho

O mês de dezembro é pródigo em aniversários de famosos,aliás muito famosos.Mais uma vez dois personagens históricos e com nascimento na mesma data,óbviamente em anos diferentes,um deles americano, e o outro brasileiro.O americano já nos deixou,o brasileiro segue firme e forte.

Francis Albert Sinatra,ou Frank Sinatra, o maior cantor de todos os tempos para muitos, e que como ator encantou platéias dos 4 cantos do globo. Seu estilo ironico, conquistador e valentão.Mas foi na música que se destacou, até seus ultimos dias,nasceu em 1915 e morreu em 1998 no seu país,os Estados Unidos.Apelido A Voz…”The Voice”.

A partir da decada de 40 protagonizou inumeros filmes de grande bilheteria e gravou inesqueciveis canções sendo que uma delas esta entre as 10 mais executadas no mundo inteiro em todos os tempos, trata-se de “New York,New York”, o hino da “Big Apple”.

Em supostas ligações com a Máfia,teve momentos difíceis em sua vida mas sempre conseguiu se recuperar.Lembro quando esteve no Brasil em 1980, um show que era fadado ao descrédito devido as novas ofertas musicais ,mas que foi um sucesso absoluto entre todas as gerações.Levou 170 mil pessoas ao Maracanã,recorde até hoje.

Foi quem mais interpretou a brasileira “Garota de Ipanema” em sua língua e foi amigo íntimo de Tom Jobim, a quem chamava de irmão.Dificil convivencia,entrosamento com cassinos, este foi Frank Sinatra,idolo de minha mãe e de muitas gerações a fio.

Vamos falar agora do outro aniversariante.O insuperável Senor Abravanel, ou simplesmente Silvio Santos,animador de circo,que ganhou o apelido de o “Perú que fala”-justificado o titulo da coluna- tinha uma caravana que andava pelo centro de São Paulo e ele, mascate ,não parava de falar por 1 minuto.

Aliás faz isso até hoje.Empresário de sucesso, começou sua fortuna comprando a maior ideia da vida de um homem chamado Manoel da Nobrega,o Baú da Felicidade, que consiste em trocar carnês por premios e assim mexer com o imaginário das pessoas.

Voce compra um carnê, paga todas as mensalidades em dia,concorre a premios semanais e depois recupera seu dinheiro em forma de aparelhos de utilidade domestica.Ou seja, uma grande idéia, e diga-se de passagem paga ao velho artista da Praça da Alegria da forma mais lícita possivel.

Com isso montou seu império, incluindo canais de televisão e empresas financeiras.Silvio, que trabalha até hoje e imagino ter tido pouquissimos domingos de folga, completa 82 anos de vida saudavel e simpatica.No seu canal de televisão ganha muito dinheiro economizando.

Não é afeito a grandes contratações,compra programas “enlatados” e de vez em quando acerta.Ganha “rios de dinheiro” até hoje com “Chaves”, que vai do nada a lugar nenhum, mas que “enfeitiçou” 3 gerações.As novelas mexicanas vêm aos montes e ele as reproduz.Esta de volta “Carrossel” e vem ai “Chiquititas”.

Na manhãs dos dias de semana fez renascer Bozo, o assustador palhaço bocudo que fez muitas crianças chorarem copiosamente e que economiza dinheiro para o apresentador, que não investe em programas ao vivo e com apresentadores de produções caras e de salários altos.

Este é Silvio Santos que tem a coragem de fazer aviõezinhos com as cedulas de real e joga-las para a plateia que se estapeia ao pega-las.Que viu seus familiares falirem um Banco e teve a coragem de vir a público reconhecer o erro,comprometer-se a pagar e começar tudo de novo.Não sei se conseguiu pagar.

Dizem até que uma vez por ano vai aos Estados Unidos trocar todo o seu sangue num metodo de rejuvenescimento modernissimo.Não sei se é verdade.O que sei, é que todos os domingos o homem está lá trabalhando.Parece que a unica diversão dele é essa.

Um dos maiores pagadores de impostos do país, tem outros afazeres que não abre mão, um deles dirigir seu Lincoln Continental carro que ele preserva e dirigir-se ao Jaça, seu cabelereiro, sem motorista e sem segurança.Só podia partir de um gênio.E gênios são inatingiveis,pelo menos na cabeça dele.

Bruno Filho,jornalista e radialista,que reconhece o “Aqui Agora” como o programa precursor do jornalismo popular.

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