Marcos Tavares

Já é histórico que no Brasil algumas leis colem e outras não. Outra particularidade muito nossa é que algumas contravenções, mesmo formalmente proibidas, se incorporam ao nosso cotidiano, ganham raízes e passam a fazer parte de vida nacional, sem que ninguém lembre mais que elas são criminosas. Quem nunca comprou um disco ou um DVD pirata? Eles são vendidos livremente nas ruas, nas calçadas e até em shoppings populares, como fossem eles artigos plenamente legais e não uma contravenção. Compramos nossos filmes e discos e o dinheiro desaparece num mundo subterrâneo, completamente à margem da Lei e imune aos seus tentáculos.

Basta uma volta pelo centro da capital para se encontrar centenas de carros, ditos alternativos. São carros particulares usados como transporte público, que andam pelos pontos de ônibus e rodoviárias pegando passageiros a preços mais cômodos, sem que para isso tenham licença ou paguem algum tributo. Eles concorrem com os taxistas, com a frota de ônibus, todos legalizados, e infestam a cidade oferecendo seus serviços, que hoje são usados regularmente por boa parte da população como seu transporte regular. Leis já foram feitas, caçadas realizadas, ameaças de proibição, mas eles continuam impávidos em nossa paisagem urbana desafiando códigos e preceitos.

E não fica restrito às classes mais pobres esse gosto pelo escuso. Seu médico lhe oferece dois preços, um com recibo e outro sem recibo. Com isso você economiza e ele engana o leão do Imposto de Renda com a desfaçatez de quem não comete nada ilegal. Claramente, à luz do dia, se desrespeita toda a legislação nacional sem que isso cause espanto ou provoque punições. Faz parte de ser brasileiro, como o nosso sol tropical. E por falar em trópicos, o jogo do bicho continua livremente em todas as esquinas. Arrisque seu palpite, pois se o jogo é ilegal, a sorte é legal.

Pancada
Havia uma expectativa de que a gestão de Estelizabel Bezerra, à frente da Comunicação, fosse o início de novos tempos, de mais paz e cortesia, de descida do palanque.
Ledo engano. Na sua primeira entrada na imprensa, Estelizabel chama o prefeito Agra de “caloteiro” e diz que ele não paga aos fornecedores municipais, tudo por conta de uma questão gerada sobre tributos do Detran.
Pela pancada do bombo, Estelizabel, como diria Chacrinha, não veio para explicar e sim para confundir, e a política do pau nas costelas vai continuar mandando.

Promessas
Promessas dificilmente duram um ano. Para ser reeleito presidente, o vereador Durval Ferreira prometeu concordar com a matéria que veta a reeleição na Casa.
Resta saber se na hora da votação ele realmente vai abrir mão desse direito, que ele usa comodamente por vários anos e mandatos.
Afinal, os políticos brasileiros não são famosos nem pela sua coerência, nem pela manutenção da palavra empenhada.

Fica?
A permanência ou não da secretária Roseane Meira, na pasta da Saúde na gestão de Cartaxo, vai dar um indicador de como anda o cacife de Agra com o novo prefeito.
Será a prova definitiva de independência ou não.

Silêncio
Depois de um longo silêncio, Haroldo Lucena retoma a palavra e considera o PMDB da Paraíba um capítulo encerrado.
Ele não citou nominalmente, mas as farpas foram todas dirigidas a Maranhão, que mantém uma oligarquia dentro da agremiação.

Violência
Segundo autoridades do governo, a Paraíba lidera a diminuição no índice de homicídios na região.
Se nós, que estamos na frente, estamos desse jeito, Deus me livre de morar em outro Estado do Nordeste.

Melancólico
Veneziano se despede da Prefeitura de Campina com um final melancólico. Deixa de pagar servidores, fornecedores e terceirizados.
Dá a entender que ele não tem mais um projeto político pela frente.

Difícil
Agra faz suspense sobre o novo partido que deve escolher para abrigar seus sonhos políticos.
Tem de ser um partido onde ele não entre como soldado raso.

Partido
Continuam as denúncias de que a UEPB estaria dominada pelo PCdoB, infiltrado em seus quadros e obtendo as melhores posições.
Uma universidade deve servir à comunidade, nunca a um partido.

Frases…
Construindo – O sonho é a matéria-prima para se construir a realidade.
Fiel – É preciso ter fé. Nem que seja no ateísmo.
Amor – Não se mata por amor. Não se morre por amor.