Em acordo de delação premiada fechado com a Polícia Federal, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral teria revelado, em 900 páginas, os esquemas de corrupção construídos e mantidos por ele durante os oito anos que comandou o Estado. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (17) pela CNN Brasil.
Cabral foi ouvido cerca de 10 vezes, entre setembro e dezembro de 2019, por dois delegados da Superintendência da PF do Rio de Janeiro. Todo o conteúdo foi gravado em DVDs e cada anexo deu origem a um relatório policial. Em cada um desses documentos o objetivo dos investigadores foi o de verificar se havia coerência nas narrativas.
Para levar adiante a possibilidade de delação, antes, os policiais verificaram datas, documentos entregues por Cabral, nomes de envolvidos, processos em andamento na Justiça e checaram o compartilhamento de provas de outros casos investigados e que se cruzam aos fatos delatados. Após esse processo, os investigadores concluíram que o “relato é coerente”.
Segundo a CNN, “ao analisar as 900 páginas é possível perceber que alguns relatos feitos pelo ex-governador do Rio conseguem explicar contextos que chegaram até a ser divulgados pela imprensa no passado, mas que, conforme afirmou Cabral à PF, esconderiam pagamentos de propina para barrar investigações e supostas compras de decisões da Justiça e de apoio político dos partidos”, diz.
A CNN informou que ele cita ministros de Cortes superiores na delação.
Os capítulos narrados por Cabral mostrariam a capacidade de articulação dele para cooptar, manipular e comprar pessoas para atender seus interesses. Muitas vezes, Sérgio, como era chamado pelos mais próximos, se envolvia na trama para, supostamente, “ajudar” um amigo apenas para ter a dívida pelo favor.
Fonte: Polêmica Paraíba com CNN Brasil
Créditos: Polêmica Paraíba com CNN