Eleitor está de olho

Paulo Santos

As definições das equipes de auxiliares dos prefeitos eleitos em outubro deste ano, principalmente em João Pessoa e Campina Grande, não serão vistos por setores da população como acontecia há pelo menos 15 ou 10 anos. A expansão dos meios de comunicação, sobretudo com a internet, faz com que o eleitor esteja mais atento a detalhes.

Tem chamado a atenção, em vários programas de rádio da Capital e da Borborema que os prefeitos não utilizem a formação dos secretariados como “moeda de troca” do apoio de alguns partidos nem utilizem pessoas sem competência ou experiência para assumir alguns cargos, inclusive de certa relevância.

Há até pouco tempo a população costumava acompanhar a formação dos secretariados sem antecipar suas expectativas. Em face, talvez, do declínio da competência no trato com as coisas públicas e o aumento expressivo dos escândalos que pressupõem corrupção, o eleitor ficou mais exigente.

Isso ainda não faz diferença porque os administradores públicos, quando assumem o poder, viram as costas para quem os elegeu. Tratam de governar para os grupos que formaram ao longo das suas caminhadas políticas e buscam assegurar a influência na eventualidade de fracassos futuros.

O “ainda”, acima, é o cúmulo do condicional. Mais cedo ou mais tarde o eleitor encontrará a forma de armazenar o juízo de valor que fez a respeito daquele que elegeu e formará suas convicções para criar anteparos contra os embusteiros. Nessas eleições municipais houve preocupação de alguns setores da sociedade com esses aspectos.

É importante, nesse aspecto, a participação da imprensa. Esta, contudo, é uma instituição cobrada por todos os segmentos, mas seus integrantes, por alienação, dependência dos patrões ou abusos dos poderes constituídos, joga toda a sujeira para debaixo dos microfones, das câmeras e das máquinas fotográficas.

Papel fundamental fica, então, para a escola. É o professor, com a proximidade que tem dos futuros eleitores, que irradiará conscientização, que oxigenará o fluxo de conceitos éticos que poderão mudar esse país depois dos atropelos causados pelo desaparecimento prematuro dos grandes líderes da redemocratização. As mortes de Tancredo Neves e Ulysses Guimarães em nível nacional e Antônio Mariz em nível local impediram que aprendêssemos mais lições que nos tinham a dar.

Também ainda deve demorar bastante para que auxiliares nomeados pelos ungidos para postos de comando da sociedade tenham a humildade de compreender que seus patrões são ricos ou pobres, brancos ou negros, letrados ou analfabetos, crentes ou ateus, de alta ou baixa estatura. E é a esses, vulgarmente conhecidos como “contribuintes”, que devem obediência e respeito.

GRANDE E ESCURA
Ganharam corpo, nas últimas horas, as reclamações contra a forma como está terminando a administração do prefeito Veneziano Vital. Motivo: o apagão em Campina Grande. São cada vez mais intensas as críticas pelo “apagar das luzes” de Vené. Há quem faça piada com a situação dizendo que a escuridão obriga os ladrões a hora extra.

ENCONTRO & GRANDEZA
A propósito de Campina Grande, ganhou destaque nesta quinta-feira (6) o encontro desta semana entre Cícero Lucena com Luciano Cartaxo. Foi classificado de “grandeza” de ambos, que acabaram de disputar uma eleição na Capital. Tudo por conta do distanciamento entre o governador Ricardo Coutinho e o prefeito Veneziano Vital.

NOMES EM CAMPINA
Os prefeitos eleitos continuam achando que as equipes de auxiliares não são problemas da plebe rude. Mesmo assim começam a “vazar” nomes que poderão auxiliar Romero Rodrigues em Campina Grande, conforme informaram nesta quinta-feira (6) os radialistas Dagoberto Pontes e Júnior Gurgel na Rádio Cariri. A tem Harrison Targino (na Administração), Eva Gouveia (Serviço Social) e verônica Bezerra (Educação). Na Capital os vazamentos, por enquanto, só na rede de distribuição d´água da Cagepa.