Nesta segunda-feira (10), o juiz Adriano Scussiatto condenou Luis Felipe Manvailer a 31 anos, 9 meses e 18 dias de reclusão pelo homicídio qualificado de sua esposa, Tatiane Spitzner. A advogada foi encontrada morta em julho de 2018, depois de uma queda do quarto andar do prédio em que morava com o marido, em Guarapuava, no Paraná. O laudo atestou asfixia mecânica como causa da morte.
O magistrado afirmou que a vítima vivia um relacionamento abusivo com Manvailer e considerada como qualificadores do crime feminicídio, meio cruel, motivo fútil, além de fraude processual por limpar vestígios de sangue de Tatiane. Ainda, o réu terá que pagar R $ 100 mil aos familiares da vítima por danos morais.
O caso mobilizou o Brasil na época, principalmente por conta das imagens estarrecedoras do circuito de segurança, em que Luis aparece agredindo Tatiane dentro do elevador, momentos antes da queda. O réu levou o corpo de volta para o apartamento, limpou o sangue no elevador, trocou de roupa e fugiu.
O vendedor foi encontrado pela polícia após bater o carro em uma rodovia em direção à fronteira com o Paraguai. Ele está preso há dois anos e nove meses. O julgamento do crime durou sete dias, sendo que no domingo (9), Manvailer concedeu um depoimento de mais de 11 horas. Para os jurados, todos os homens, o biólogo e seu advogado de defesa, Claudio Dalledone Jr, caíram em contradição…
Em entrevista anterior, eles afirmaram que a advogada tinha depressão e se suicidou. No tribunal, a argumentação foi de que Spitzner teria caído ao fazer “estratégia emocional” para conseguir acesso ao celular do marido. No entanto, o laudo do Instituto Médio Legal (IML), divulgado ainda em 2018, concluiu que a morte de Tatiane foi asfixia mecânica, causada por esganadura e com sinais de crueldade. Em seu depoimento, Luis pediu desculpas para a família de Tatiane, assumindo como agressões e persistentes do casal, mas negou até o fim de que seria o responsável pela morte da esposa.
O caso ainda recurso, mas Luis Manvailer continuará aguardando pelos próximos trâmites judiciais. O advogado Claudio Dalledone confirmou que entrará com o recurso, alegando que a decisão do juiz foi “manifestamente contrária às provas dos autos” . Inclusive, o profissional protagonizou cenas que chamaram atenção dentro do tribunal. No vídeo que viralizou nas redes sociais, Claudio saiu fazendo contabilidade com uma colega de profissão. “Claro que pegando aqui vai (inaudível) , vai ter hemorragia. Aqui, ó! Olha como o pescoço dela ficou! Isso aqui eu tô matando a mulher ” , exclamou, enquanto reproduzia como violências como um recurso retórico para convencer o júri.
Essa cena deplorável foi protagonizada pelo advogado que defende o Manvailer, que acaba de ser condenado pela matar Tatiane Spitzner, em Guarapuava-PR. Ele fez isso dentro de um tribunal! O advogado, assim como seu cliente, deveria sair dali preso. Absurdo.
O advogado da família de Tatiane, Gustavo Scandelari, comemorou a decisão do juiz Adriano Scussiatto. “A justiça foi feita! A reação dos familiares foi de emoção. A declaração dos jurados entrega alguma paz de espírito. A decisão não traz a Tatiane de volta, mas é uma sensação de alívio ” , confessou. Pelo perfil oficial no Instagram “Todos por Tatiane”, os parentes de Spitzner também se manifestaram. “E a justiça foi feita! Agora ela pode descansar em paz”, compartilharam.
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Fonte: Hugo Gloss
Créditos: Hugo Gloss