A transexual Mel Rosário travou por anos uma batalha judicial para ter o direito de frequentar uma igreja evangélica no centro de Vitória (EP).
No início de 2020, a cabeleireira ganhou na Justiça o direito de frequentar a igreja, porém, voltou a ser proibida de frequentar os cultos, sob a alegação de que por conta da pandemia só seria permitida a entrada de “membros”.
“Mel não pode ser considerada ‘membro’ da igreja por ser uma mulher trans. Ela segue fazendo protestos em busca de justiça e os processos continuam tramitando”, explica Suellen Vasconcelos, uma das diretoras do longa-metragem que conta o drama da história de Mel Rosário.
O filme “Toda noite estarei lá” também é dirigido por Tati Franklin, e deve ser finalizado ainda em 2021.
As cineastas acompanharam o cotidiano da cabeleireira e as suas lutas diárias, entre elas, as idas aos fóruns de justiça pelos quais se trava a disputa judicial, que estão entre os locais das filmagens. Este é um caso emblemático que envolve diversos temas, como luta por direitos, diversidade sexual, intolerância religiosa, entre outros.
“Nos interessa, enquanto realizadoras audiovisuais, contarmos histórias que questionem a realidade imposta que mata e oprime algumas vidas em detrimento de outras privilegiadas”, diz Tati Franklin.
As filmagens de Toda noite estarei lá ocorreram entre 2018 e 2020. Neste mês de abril, o longa-metragem foi a única obra brasileira selecionada para participar do laboratório online de montagem do importante festival suíço de documentários Visions du Réel, no qual recebeu consultorias de especialistas internacionais, com sugestões para construir o corte final.
“É possível que o filme ainda passe por transformações até a última versão. As arestas estão sendo aparadas e acredito que boas mudanças vêm aí”, aponta Thiago Moulin, produtor do longa-metragem.
Fonte: ofuxicogospel
Créditos: Polêmica Paraíba