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‘TCHAU, QUERIDA’: em livro, Cunha lembra euforia após voto de paraibanos no impeachment de Dilma

O posicionamento de parlamentares paraibanos no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) foi decisivo no processo que culminou com o afastamento da petista, em 17 de abril de 2021. O episódio é relatado em livro do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, peça chave no desfecho da história.

O posicionamento de parlamentares paraibanos no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) foi decisivo no processo que culminou com o afastamento da petista, em 17 de abril de 2021. O episódio é relatado em livro do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, peça chave no desfecho da história.

A obra relata os bastidores do impeachment, as pressões e os interesses de parlamentares contrários e a favor do processo, bem como os bastidores e as reuniões entre os diferentes atores políticos nacionais.

Os paraibanos tiveram um papel de destaque no enredo da crise, já que, segundo Cunha, foi a partir dos votos deles que houve a sensação de que o processo era ‘irreversível’ e iniciou-se a contagem regressiva para o placar final que marcaria a derrocada do PT da Presidência da República.

Os votos

Conforme conta no livro, Cunha tinha a ideia de que um paraibano iria proferir o voto de número 342, que consagraria o impeachment, mas não foi exatamente este o roteiro. Faltavam 14 votos para se atingir os 342 votos, quando o então presidente da Câmara chamou os parlamentares da Paraíba.  Ele relembrou o voto de cada um.

“Aguinaldo Ribeiro (PP): sim; Benjamin Maranhão (SD): sim; Damião Feliciano (PDT): não; Efraim Filho (DEM): sim; Hugo Motta (PMDB): sim; Luiz Couto (PT): não; Manoel Junior (PMDB): sim; Pedro Cunha Lima (PSDB): sim; Rômulo Gouveia (PR): sim; Veneziano Vital do Rêgo (PMDB): sim; Wellington Roberto (PR): não; e Wilson Filho (PTB): sim. Nove a três a favor do impeachment”, disse.

As reações

Durante os votos dos paraibanos, segundo Cunha, “A festa já tomava conta do plenário. Músicas eram cantadas e havia muita expectativa pelo voto decisivo. Deputados que haviam saído após terem votado retornaram para assistir ao desfecho. Muitos levaram esposa e filhos para o plenário. Era difícil conter o ímpeto dos parlamentares”, relatou.

O voto decisivo foi do então deputado Bruno Araújo (PSDB), de Pernambuco, que foi escolhido nos bastidores para ser o voto de número 342.

“Assim, às 23h07, depois de 11 horas da sessão, Bruno Araújo iria proferir o voto. Ele silenciou o plenário, fez a declaração de maneira calma e longa, sem interrupção. Sim. O plenário e o país explodiram. Era o voto 342 – que definia a admissibilidade do pedido de impeachment por crime de responsabilidade de Dilma Rousseff”, contou.

Bastidores

Ainda segundo Cunha, por causa da ineficiência do governo, as articulações pró-Dilma não surtiram efeito, apesar de que, segundo ele, teria ocorrido até oferecimento de propinas para barrar o processo. Mesmo assim, no dia da votação, ele demonstrava confiança quanto ao placar final. “O problema eram os estados do Nordeste, com o foco de resistência em estados como Bahia, Ceará, Maranhão, Piauí, Sergipe e Alagoas. Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco estavam mais favoráveis ao impeachment”, contou.

O livro escrito por Cunha tem coautoria de sua filha, Danielle. Nele, o ex-parlamentar expõe as pressões de ambos os lados durante todo o processo, e apesar de não poupar ex-aliados, como Temer, defende o impeachment como legítimo e se coloca como ‘executor’ de uma demanda popular, relembrando as gigantescas manifestações em prol do afastamento. ‘Tchau, querida – o diário do impeachment’, tem 1.295 páginas 45 capítulos.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba