A base e a oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro trabalharam até o último momento para influenciar a decisão do presidente do senado, Rodrigo Pacheco, que ontem formalizou a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19. Ele decidiu que a investigação vai abranger a atuação do Governo Federal e o uso de recursos federais por estados e municípios na contenção da crise sanitária.
Conforme a decisão, a CPI não poderá investigar assuntos de competência das Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais. A decisão acabou agradando ‘gregos e troianos’, aliados e adversários do presidente Jair Bolsonaro, ouvidos pela reportagem do Arapuan Verdade, da rádio Arapuan FM, nesta quarta-feira (14).
Oposição, aliados e independentes concordam
Ferrenho crítico do Governo Bolsonaro, o senador petista Humberto Costa (PT-PE) será um dos membros da CPI. Ao Arapuan Verdade, ele considerou equilibrada a decisão de Pacheco. “Garantiu a instalação da CPI, que tem o papel muito importante e muito grande a cumprir. E nós vamos participar no sentido de buscar esclarecimento para tudo o que causou essa tragédia que o povo brasileiro está vivendo”, disse.
O líder do bloco independente, o senador Alessandro Vieira (Cidadania – SE), considerou que a decisão atende à determinação do STF, que mandou instalar a CPI, sem ferir a autonomia do Parlamento. “Atende ao comando da Constituição, e o fato de ter juntado, e teremos a possibilidade de fazer a apuração de equívocos da esfera federal, e também investigar o repasse de verbas federais para as esferas estadual e municipal. Precisamos corrigir erros e salvar vidas’, disse.
Por fim, o senador Nelsinho Trad (PSD-MS) também elogiou Pacheco, ressaltando que a comissão não se furtará a investigar irregularidades em uso de verbas por estados e municípios. “Você não terá outra alternativa, sob pena de cometer a infração de prevaricação, que investigar aquilo que foi denunciado. Por exemplo, se descobrir que um estado ou município usou inapropriadamente a verba pública enviada pelo Governo Federal”, disse.
Bancada da Paraíba
Senadores paraibanos também receberam bem a decisão de Pacheco. A senadora Daniella Ribeiro (PP) avaliou que a opção do presidente do Senado foi ‘extremamente tranquila’, pois acolheu também a proposta de CPI apresentada pelo senador Eduardo Girão (Podemos-CE), com ressalvas. “Ele teve um equilíbrio necessário para fazer com que tudo isso aconteça apesar da arguição dos senadores sobre como essa CPI aconteceria”, considerou.
Os blocos partidários já sabem quem vão indicar para ocupar as 11 cadeiras da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da covid-19 no Senado. O apoio ao governo de Jair Bolsonaro deve ser minoria no colegiado, já que há apenas 4 senadores que são mais ligados ao Planalto, e outros 7 que são oposicionistas ou independentes.
Fonte: Polêmica Paraíba com Arapuan FM
Créditos: Polêmica Paraíba com Arapuan FM e Felipe Nunes