Caso Henry Borel

Delegado contesta defesa sobre 'narrativa da família perfeita'

Antenor Lopes, delegado e diretor do DGPC (Departamento-Geral de Polícia da Capital) no Rio de Janeiro, disse hoje que ficou claro ao longo da investigação sobre o assassinato do menino Henry Borel, de 4 anos, que a defesa de Monique Medeiros e do vereador Dr. Jairinho, mãe e padrasto do garoto, tentou construir a "narrativa de família perfeita".

Antenor Lopes, delegado e diretor do DGPC (Departamento-Geral de Polícia da Capital) no Rio de Janeiro, disse hoje que ficou claro ao longo da investigação sobre o assassinato do menino Henry Borel, de 4 anos, que a defesa de Monique Medeiros e do vereador Dr. Jairinho, mãe e padrasto do garoto, tentou construir a “narrativa de família perfeita”.

Segundo o diretor, o discurso da defesa não fazia sentido visto o relacionamento de pouco tempo do casal que não permitia a “profundidade de laços” relatada.

“Ele [delegado Henrique Damasceno, da 16ª DP, que está à frente do caso] foi verificando que era claro uma estratégia dos advogados de defesa que, aliás, é legítima. Mas isso foi ficando claro na investigação que havia uma narrativa de construir a família perfeita, a família harmônica e isso não estava fazendo sentido. Até porque a relação do vereador com a mãe do menino era extremamente recente. Era algo, assim, que não trazia essa profundidade de laços, não tinha esse laço sanguíneo do pai, natural, da mãe biológica. Então pouco tinha tempo suficiente para aquela formação dos laços afetivos”, afirmou Lopes à Rádio Tupi.

Para o delegado, a investigação foi pegando contradições nos depoimentos prestados por mais de 17 pessoas à polícia e começou perceber que a “história era tão combinadinha” que mostrou que havia algo de errado na versão de Monique e Jairinho, que foram presos preventivamente na manhã de ontem.

“A investigação foi verificando isso, foi pegando contradições e de coisas que não faziam sentido. A história era tão combinadinha, tão artificial, que dava para ver que algo ali estava errado. A gente foi comparando as narrativas, verificando tudo isso e essa situação foi se desmontando ao longo da investigação.”

Mesmo contestando os argumentos da defesa, Lopes explicou que “o advogado de defesa tem o direito constitucional de buscar inocentar o seu cliente, é o trabalho dele, é a profissão dele e nós jamais podemos criminalizar a advocacia, a gente respeita profundamente a advocacia. Obviamente, existem limites éticos em todas as profissões que não podem jamais serem ultrapassados”.

 

Fonte: UOL
Créditos: Polêmica Paraíba