O telefone do secretário estadual de Saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros, tocou na manhã desta quarta-feira (17). Do outro lado da linha estava o novo ministro da Saúde, o cardiologista paraibano Marcelo Queiroga. O tom da conversa foi o de busca de apoio para a construção de uma “união nacional” para o enfrentamento da situação dramática vivida no país com o avanço da Covid-19. O número de mortos no país chegou a 284.400 nesta terça-feira.
O novo ministro chega ao governo para substituir o malsucedido general Eduardo Pazuello. Além de Geraldo Medeiros, ele ligou para os secretários de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, da Bahia, Fábio Villas Boas, e do Rio de Janeiro. Conversou também com o governador do Piauí, Wellington Dias (PT-PI), que representa o fórum dos governadores. À colunista da Folha de São Paulo, Mônica Bergamo, ele disse que nada será resolvido sem diálogo.
“Nada será resolvido na base do cacete. Vamos resolver na base do diálogo”, disse o ministro. O novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que deve tomar posse na quinta (18), afirma que pretende chamar secretários estaduais e municipais e articular um movimento de “união nacional” para superar a situação dramática que o país atravessa por causa da epidemia.
Ele chega ao cargo com discurso convergente com o do presidente Jair Bolsonaro, mas com uma leve derivação discursiva que dialoga com o que vem sendo pregado pelos governadores. O tema da convergência não poderia ser outro: a necessidade da compra de vacinas. O secretário paraibano disse esperar que o cronograma de chegada de imunizantes seja cumprido e que até junho seja vacinado o grupo prioritário, que é aquele com mais de 60 anos e comorbidades.
Geraldo também defende que haja união. “Qualquer digressão neste momento é maléfica”, reforça Medeiros, dizendo que tem amizade com Marcelo Queiroga anterior à chegada dele ao cargo. “Todos temos que ajudar o ministro e o presidente e todos nós, entes federados, queremos ajudar do país a sair dessa tragédia“, acrescentou. Ele espera que, agora, haja um fluxo sustentável na chegada das vacinas.
Medeiros admite que a coisa poderá piorar muito ainda caso a população não se conscientize dos riscos de sair de casa. A Paraíba já superou a casa dos 5 mil mortos por causa da pandemia.
A relação do presidente Jair Bolsonaro com os governadores, em relação à pandemia, não tem sido fácil. Queiroga afirma que, para que a articulação nacional que planeja dê certo, ele precisa de “uma certa trégua”. “Nós sabemos como estão as relações. Precisamos dar um ‘reset’ [reiniciar]”, diz.
Fonte: Suetoni Souto maior
Créditos: Polêmica Paraíba