Em carta enviada aos Presidentes das Conferências Episcopais da Igreja Católica sobre a celebração da liturgia durante e após a pandemia da COVID-19, a Congregação Para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos afirma que “é necessário e urgente retomar a normalidade da vida cristã” assim “que as circunstâncias o permitam”. O documento, assinado pelo cardeal Robert Sarah, afirma que as transmissões online não substituem as missas.
A carta foi aprovada pelo Papa Francisco em audiência de 3 de setembro de 2020. O documento foi enviado, também, ao advogado paraibano, Taiguara Fernandes de Sousa, que em consulta ao Vaticano, fez questionamentos sobre o fechamento das igrejas na Paraíba e a suspensão das missas com a presença dos fiéis. Na resposta, a Igreja respondeu que o documento do ano passado contém todas as respostas aos questionamentos levantados.
O documento elogia ações de bispos que se dispuseram a realizar esforços e sacrifícios para contribuir com as autoridades sanitárias no sentido de controlar o coronavírus, mas ao mesmo tempo enfatiza que, assim que as circunstâncias permitirem, as missas devem voltar à normalidade e que decisões governamentais não podem, segundo o documento, invalidar o valor das celebrações para os católicos.
“Também na emergência pandémica, sobressaiu um grande sentido de responsabilidade: à escuta e em colaboração com as autoridades de saúde e com os peritos, os Bispos e as suas Conferências territoriais estiveram prontos para assumir decisões difíceis e dolorosas, incluindo a suspensão prolongada da participação dos fiéis na celebração da Eucaristia. Esta Congregação está profundamente grata aos Bispos pelo empenhamento e esforço despendidos na tentativa de responder, do melhor modo possível, a uma situação imprevista e complexa”, diz.
Apesar de concordar com essas medidas, o documento enfatiza que “Logo, porém, que as circunstâncias o permitam, é necessário e urgente retomar a normalidade da vida cristã, que tem o edifício igreja como casa e a celebração da liturgia, particularmente da Eucaristia, como o «cume para o qual tende a ação da Igreja e, simultaneamente, a fonte de onde promana toda a sua força”, diz.
Segundo Robert Sarah, os católicos devem aceitar “a distância do altar do Senhor como um tempo de jejum eucarístico, útil para nos fazer redescobrir a sua importância vital, a sua beleza e preciosidade incomensurável”, mas ressalta que ‘Logo que estejam identificadas e adotadas as medidas concretamente disponíveis para reduzir ao mínimo o contágio do vírus, é necessário que todos retomem o seu lugar na assembleia dos irmãos, redescubram a insubstituível preciosidade e beleza da celebração”, reforça.
O cardeal alerta, também, que, na volta da normalidade, “Confia-se na ação prudente mas firme dos Bispos para que a participação dos fiéis na celebração da Eucaristia não seja desqualificada pelas autoridades públicas como uma «aglomeração» e não seja considerada como equiparável ou até subordinável a formas de agregação recreativas”. Ainda segundo ele, “As normas litúrgicas não são matéria sobre a qual as autoridades civis possam legislar, mas são da exclusiva competência das autoridades eclesiásticas”, escreveu.
No último dia 20 de fevereiro, o Papa Francisco aceitou a renúncia ao cargo de prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, apresentada pelo cardeal Robert Sarah, autor da carta. Ele completou 75 anos em 15 de junho do ano passado.
Para ler a carta na íntegra, clique aqui.
Arquidiocese da Paraíba
Procurada pela reportagem, a Arquidiocese da Paraíba, não se pronunciou. Mas em publicação no Instagram, a instituição destacou alguns pontos da carta, após questionamentos de fiéis, que acompanharam a repercussão do caso nas redes sociais do advogado Taiguara Fernandes. Segundo a Arquidiocese, o documento “afirma a necessidade de voltar à normalidade da vida cristã, nos locais onde a emergência sanitária provocada pela pandemia permite”, disse.
Confira, a seguir, o que diz a Arquidiocese da Paraíba
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Confira, a seguir, o que diz o advogado Taiguara Fernandes de Sousa.
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Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba